Duarte Carvalho queira muito terminar a formação com um título ou uma subida de divisão. O capitão dos amarenses diz que é triste a forma como terminou o campeonato e garante que iam conseguir manter-se num lugar de subida à Divisão de Honra da AF Braga. Quanto ao futuro, o jogador diz que seria um «honra» representar o clube na equipa principal. «Qualquer jogador da formação tem como objectivo poder um dia pisar o relvado principal com o símbolo do FC Amares ao peito, pois é uma camisola que carrega muita história».
Que balanço faz do campeonato do FC Amares 
Partimos com o objectivo de sermos campeões. Infelizmente, tivemos alguns deslizes e acabámos por ficar em segundo lugar, mas que dá direito a subir à Divisão de Honra. Demonstrámos qualidade em todos os jogos, sempre muito unidos e focados no que seria o nosso objectivo. Colectivamente éramos uma equipa lutadora, que nunca desista, muito unida, dentro e fora de campo. Tínhamos um balneário fortíssimo e merecíamos sem dúvida um lugar na Divisão de Honra na próxima época.
Não sei se ainda conseguiríamos atingir o primeiro lugar, pois o Celeirós estava num ciclo muito positivo. No entanto, ainda faltavam muitos jogos e íamos recebe-los em nossa casa
E individualmente, o campeonato correspondeu às suas expectativas?
Sinto que poderia ter dado mais. Aliás, todos podíamos. Fiz a pré-época com os seniores e tinha obrigação de estar com melhores índices físicos. Estava a cumprir com o meu dever e dentro do balneário éramos muito amigos, com uma união muito forte, o que demonstra que os jogadores com mais anos de casa estavam a fazer o seu papel.
Mas o meu principal foco era conquistar algo no meu processo de formação. Ser campeão era o final perfeito. Infelizmente, o campeonato terminou como terminou, mas sinto-me feliz por ter ajudado o FC Amares todos estes anos.
Que avaliação faz do campeonato. Foi competitivo?
O campeonato era bastante competitivo, prova disso são os resultados, onde várias vezes as equipas do fundo da tabela conseguiam roubar pontos aos primeiros classificados. Como podemos observar na tabela classificativa, os lugares cimeiros estavam a ser muito disputados, existia pouca diferença pontual entre as equipas.
- Dumiense e Celeirós eram adversários directos
Quais as equipas mais fortes?
As que nos deram mais trabalho foi o Dumiense e o Celeirós. Eram concorrentes directos na luta pela subida. O Dumiense, apesar de estar agora numa curva descendente, apresentou níveis muito bons de futebol. O Celeirós era uma equipa muito aguerrida e muito lutadora. Só jogamos contra eles uma vez, ainda tínhamos os jogos da segunda volta.
O que mudou com a troca de treinador?
O plantel tinha um carinho especial pelo mister Tiago e os adjuntos, Jorge e Zé. Eram enormes seres humanos e treinadores espectaculares. Um muito e obrigado em nome da equipa, pois se chegámos onde chegámos também é muito trabalho deles.
Com o novo treinador mudamos a nossa metodologia de treino e de jogo. O mister Rui trouxe um modelo de jogo totalmente oposto e foi preciso trabalhar muito para conseguir assimilar as novas ideias. Sabíamos que tínhamos de mudar a nossa atitude e ser ainda mais fortes, mas com muita união e força de vontade conseguimos absorver rapidamente as ideias do mister Rui Silva e demonstramos qualidade para chegar aos lugares de subida.
Quando parou o campeonato estavam segundos. Pensa que era possível manter esse lugar?
Tenho a certeza absoluta que íamos manter o segundo lugar e vencer todos os jogos que nos restavam até ao fim do campeonato. Estávamos a atravessar um grande momento, era difícil alguma equipa nos tira pontos.
Mas já não pensavam no primeiro lugar?
Sabíamos que era difícil, mas não impossível. Nunca descuramos essa hipótese. Ainda tínhamos um jogo com o Celeirós em casa. Eles estavam num grande momento mas não era impossível.
- O balneário é o reflexo do que se passa em campo
Mais responsabilidades por seres capitão?
É sempre uma responsabilidade acrescida ser capitão, ainda por mais de um clube como o FC Amares. O papel dos capitães é motivar, criar espírito de grupo e fazer um balneário unido. O que acontece em campo é a imagem do que se passa no balneários e a nossa equipa era a prova disso.
Também não posso deixar passar em branco, um dos capitães do nosso plantel, que fez um esforço enorme para jogar ao nosso lado esta temporada. O muito obrigado ao meu companheiro de braçadeira (João Silva). Estudava no Porto e vinha três dias por semana, de propósito, para os treinos. Se falhou dois treinos numa época foi muito. É a prova de que ainda existem jogadores que sentem o clube e o futebol. Enorme o João Silva, mais conhecido por “Mega”.
É o seu último ano de júnior. Gostava de ficar no Amares?
Não acabou da melhor forma o meu último ano de júnior. Para o ano será um novo desafio. É óbvio que gostava de ficar no Amares, é o clube da minha terra, do meu coração e é a minha segunda casa. Acho que qualquer jogador da formação tem como objectivo poder um dia pisar o relvado principal com o símbolo do FC Amares ao peito, pois é uma camisola que carrega muita história. Seria um enorme orgulho poder representar os seniores do Amares e contribuir para a conquista de títulos que este clube bem merece.
- É triste terminar assim
Concorda com a anulação dos campeonatos?
É uma pergunta difícil de responder, pois a saúde está acima de qualquer coisa. No entanto ,há muitos jogadores que fazem um grande esforço para defender as cores do seu clube, como por exemplo, o companheiro João Silva. Abdicamos de muitas coisas para estar presentes nos treinos e nos jogos e o campeonato terminar desta forma é triste para todos. Era o meu último ano de formação e acabar desta forma é um sentimento de tristeza enorme. Tendo em consideração o esforço de muitos atletas podiam arranjar uma forma de terminar os campeonatos
O FC Amares sai prejudicado?
Sem dúvida, pois tenho a certeza que a nossa equipa ia conseguir a subida de divisão O clube podia para o ano disputar um campeonato mais competitivo, com melhores equipas, jogadores e condições.
