«Temos de acreditar que é possível, ainda falta muito campeonato»

Não tem sido fácil a época do FC Amares na Divisão de Honra. Nas 11 jornadas disputadas, o FC Amares soma apenas duas vitórias e um empate, resultados que atiram o clube para os lugares de descida, que a consumar-se será a segunda consecutiva, já que os amarenses caíram da Pró-Nacional. E nem a troca de treinadores à terceira jornada trouxe melhoria nos resultados. Pedro Lamego, que rendeu João Santos, conseguiu apenas uma vitória no jogo para a Taça, na casa do Ribeira do Neiva, da I Divisão.

«Cada treinador pensa de forma diferente. Com o João Santos a equipa tinha um modo de jogar bom, até acho que parecido com o do novo mister. Mas, como disse, cada treinador tem as suas ideias e forma de treinar diferentes. A nossa equipa joga bem, mas não estamos a conseguir pontuar», explicou Leonardo Castro, conhecido por Leo, jogador brasileiro que chegou esta época ao FC Amares, depois de ter representado o Arsenal da Devesa.

«Cheguei a Portugal há quatro anos, vim com os meus pais e irmãos, mas só depois de ter o visto de residência é que comecei a procurar clube. No ano passado, o mister João Santos deu-me uma oportunidade para ir treinar no FC Amares e eles gostaram, mas acabei por terminar a época no Arsenal, e só me mudei este ano», contou o extremo, com formação na Escolinha Candangos, Brasília, e que também jogou nos sub-20 do Itapirense, clube de São Paulo.

«Este é um nível bem competitivo, são equipas muito fortes, mas também é bom, eu gosto. Na época passada fiz 16 jogos e marquei cinco golos. Este ano, ainda não consegui marcar, mas acredito que os golos vão aparecer», proferiu.

Leo não esconde que a situação do FC Amares não está fácil, mas diz que a equipa «tem de acreditar» que é possível reverter esta situação, pois ainda faltam muitos jogos. O jogador aponta como uma das razões principais para o insucesso desportivo a falta de eficácia da equipa na hora de rematar à baliza.

«Estamos com dificuldades na hora decisiva. E como não marcámos, acabámos por sofrer, é esse o mal. Neste momento acho que a equipa também está ciente disso, e estamos a tentar reverter essa situação. Acredito que trabalhando muito conseguiremos sair deste lugar na classificação. Temos de acreditar que é possível, ainda falta muito campeonato», expressou.

«O que tem faltado é confiança, temos de começar a pontuar se não as coisas ficam mais difíceis. O objectivo é manter a equipa na Divisão de Honra, vamos ver se conseguimos», acrescentou o extremo dos amarenses, que destacou também alguns dos adversários. «Temos o Esposende, o Martim e o Porto d’Ave, por exemplo, equipas boas. Gostei muito do Rendufe também, onde conseguimos um empate. Fomos felizes nesse jogo, mas também defendemos bem», referiu Leo.

 

Tem como ídolo de Neymar e é fã do Flamengo
Determinação e motivação para concretizar sonho

Leonardo Castro chegou a Portugal dois meses antes de início da pandemia de Covid-19. A família do jogador decidiu rumar a Portugal, mais propriamente à cidade de Braga, para iniciar uma nova fase da sua vida.

«Quando cheguei, a primeira coisa que aconteceu foi apaixonar-me pela cidade. Adorei o Bom Jesus. Na altura, não existiam tantos brasileiros, mas agora há uma grande comunidade em Braga, o que também ajuda na integração. Nesse aspecto, não tive problemas, arranjei trabalho numa fábrica, como operador de máquinas e sempre encontrei bons profissionais, tanto no trabalho como no futebol, que me respeitam e gostam de mim», contou Leo ao nosso jornal.

«É preciso ter muita determinação, muita motivação para trabalhar oito horas e depois vir aos treinos, até porque agora desloco-me mais tempo para treinar em Amares, mas é bom fazer isto, é o que eu gosto», confidenciou o jogador, que tem como ídolo Neymar e é fã do Flamengo.

«O Neymar é um ídolo para mim. É um jogador que eu vi desde muito novo a jogar, foi uma inspiração e é um ídolo. Gosto do Flamengo. Acredito que para o ano o Filipe Luís vai trazer de novo o velho Flamengo», perspectivou Leo, que tem ainda sonhos por cumprir no futebol.

«Sou um jogador que deixa tudo dentro de campo, que joga sempre para a equipa e que quer brilhar neste campeonato para atingir outros patamares e quem sabe concretizar um sonho de menino, que é me profissionalizar no futebol», concluiu.