O trabalho com os guarda-redes vai muito para além do aspecto técnico e físico.
É importante ter uma base que permita a um guarda-redes níveis de confiança elevados para poder fazer uso das suas capacidades técnicas no seu todo.
Um guarda-redes forte mentalmente é um guarda-redes muito mais seguro.
Esse tipo de trabalho deve começar a ser feito nas camadas mais jovens.
Os jogadores precisam de ter um bom acompanhamento no seu plano de desenvolvimento. Tanto a nível mental como a nível de técnica.
A posição de guarda-redes é das mais difíceis de se trabalhar, não só porque a exigência física é maior, mas, acima de tudo, porque só um é titular, o que obriga a um trabalho de preparação mental ainda maior.
Costumo dizer que as sombras são tão ou mais importantes no desenvolvimento e na consistência de um atleta dentro e fora do campo.
Um bom exemplo disso é a atitude de Diogo Costa na final da Taça da Liga.
Cláudio Ramos é o atual suplente de Diogo Costa, mas, nesta competição, tem sido o titular.
No início do jogo da final notou-se algum nervosismo e alguma insegurança, o que lhe valeu alguns calafrios na parte final da segunda parte.
Atento a essa situação Diogo Costa correu a confortar Cláudio Ramos, dando-lhe algumas indicações. Na segunda parte a tranquilidade e segurança foi notória, com o guardião a fazer algumas extraordinárias intervenções!
É este tipo de trabalho de interação e de espírito de equipa que é necessário incutir desde muito cedo nos atletas!
São estes pormenores na sombra que muitas vezes dão títulos, como foi o caso na final da Taça da Liga.