Ser treinador de formação: desafios e objetivos

Como o próprio nome indica, um treinador em escalão de formação tem como principal missão formar atletas quer a nível desportivo, quer a nível humano.

Nos escalões mais baixos como petizes e traquinas, além de ajudar cada atleta a dar os primeiros passos e a adquirir bases, o principal objectivo é fazê-lo de forma leve onde, acima de tudo, as crianças possam ser felizes.

É importante que também os pais percebam que nestas idades o mais importante é fazer a criança sentir-se feliz e confortável. A par disso, os mesmos, devem deixar a respetiva equipa técnica trabalhar e tomar decisões.

Quando passamos para os escalões acima, os desafios e a gestão são completamente diferentes e muito mais exigentes.

No futebol 11 começa a haver limite na inscrição de jogadores para a ficha de jogo, há limite de substituições e, ao mesmo tempo, há objetivos competitivos e outras ambições. Isso muda muito a forma de trabalhar e a tomada de decisões.

Um treinador dispensa dias e horas do seu tempo para trabalhar e planear todo um projetco, plano de treino e o dia de jogo.

Quando se opta por colocar um determinado jogador numa posição diferente, por exemplo, há aspetos a ter em conta que levam a tomar essa decisão.

O mesmo se aplica quando se decide deixar jogadores de fora.

Além do limite de jogadores, há também fatores como as características, a posição e o trabalho ao longo da semana de treino. Juntemos a isso a avaliação que se faz do adversário e, consequentemente, a decisão da melhor estratégica para enfrentar o adversário.

Quanado um adepto, seja ele familiar ou não, olha para o resultado é importante que perceba que o futebol não é só feito de vitórias. Mais do que isso, quando os resultados não são os melhores, as primeiras pessoas a ficarem frustradas são os treinadores e a própria equipa. Lembre-se que é toda uma semana de trabalho e tomadas de decisão que ficam em causa.

Todos os intervenientes devem perceber que futebol de formação é precisamente um processo de formação e de aprendizagem e, por isso, leva o seu tempo. Importa salientar que o processo de formação não é só destinado aos atletas. A formação estende-se até aos treinadores e dirigentes.

Quanado alguém pensar em criticar e, em alguns casos, ofender e ameaçar um treinador ou jogador deve pensar que nenhum dos intervenientes quer o pior. Também quer ver resultados ao invés de sair com o sentimento de frustração. Mais importante do que isso, todos nos devemos colocar no lugar do treinador, do atleta e dos árbitros. Só assim iremos perder o quão abrangente, exigente e difícil é o trabalho de formação.

É urgente mudar de mentalidades para melhorar o ambiente à volta do futebol. Pensemos nisso e trabalhemos em conjunto para um futebol mais harmonioso.

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