Semear para colher

A aposta na formação é cada vez mais uma realidade no nosso futebol.

Se por um lado, o facto de muitos jovens já nascerem numa geração onde se incute o gosto pelo futebol, por outro lado, os clubes começam a perceber que, por cá, temos jovens com qualidade elevada.

A mudança geracional, por si só, não justifica toda a evolução.

Nós dias de hoje, os clubes têm melhores condições e estruturas que permitem um maior acompanhamento e desenvolvimento dos atletas.

Apostar na formação é uma mais valia para os clubes.

Não só permite uma maior valorização dos atletas como também, permitirá um maior equilíbrio e coesão no plantel.

Numa altura em que a formação esteve muito tempo parada, o que levou ao abandono de muitos atletas, é preciso que quem tutela a pasta do desporto, perceba que o futebol de formação não pode ficar para trás.

É preciso dar resposta aos problemas dos clubes mas, mais importante do que isso, dar recursos para permitir o regresso dos jovens que abandonaram a prática desportiva.

Temos de perceber que o futebol é para muitos a forma de se abster e resolver alguns problemas quer a nível psicológico quer a nível social.

A formação é um meio de desenvolvimento humano, físico e social.

É necessário acompanhar e compreender as dificuldades e os desafios atuais, para que se possa fazer um caminho mais próspero.

Um bom exemplo disso é a realidade do Braga. Não só é uma academia de excelência, onde se tem construído e lançado grandes talentos!

Com Carlos Carvalhal no comando técnico, já foram 22 os jovens que se estrearam no campeonato pela equipa principal.

Não basta só lançar. É preciso perceber o atleta e por o mesmo confortável no processo de crescimento e assimilação de ideias e metodologias.

Lançar jovens implica uma grande capacidade de tolerância e de discernimento para que essa mesma aposta possa ser equilibrada e sólida.

É importante perceber que o trabalho de formação deve começar nas bases.

É aí que deve recair uma grande aposta e, mais do que isso, a construção de um projeto que permita criar instrumentos e elementos formativas para mais tarde colher frutos e colocar a render esses mesmos talentos.

A aposta na formação deve ser mais abrangente e alargada para a sociedade civil. Os clubes devem abrir as suas portas e não estarem fechadas em si próprios.

O papel dos pais e encarregados de educação é outra vertente que deve ser trabalhada.

É importante que os pais e encarregados de educação percebam que podem ter um papel ativo e determinante no desenvolvimento do atleta sem que isso implique intrometer-se no trabalho dos treinadores.

Projetos que envolvam todos os intervenientes e que tenham uma visão a médio e longo prazo farão com que os frutos sejam mais maduros e duradouros.

Os clubes devem apostar numa formação abrange e ambiciosa. Essa é a chave para o sucesso e para semear frutos em abundância.

 

Tópicos:
Quer se manter a par das notícias mais recentes? Pode cancelar a qualquer momento. Subscrever Cancelar