João Pedro Coelho lidera a equipa que comanda o campeonato da Pró-Nacional com mais quatro pontos que o Brito, segundo classificado e sete que o Vilaverdense, terceiro. Na entrevista ao Desportivo, treinador do Pevidém assume que o grupo não pensa noutra possibilidade que não seja «integrar os Campeonatos Nacionais».
João Pedro Coelho sublinhou ainda que deseja que o campeonato termine para «demonstrar que soemos melhores e vamos ser campeões».
Desportivo: Que balanço faz do campeonato até ao momento?
JPC: É um campeonato muito competitivo como tem sido apanágio desta divisão, existindo um equilíbrio muito grande entre as equipas com objectivos comuns e que revela a excelente qualidade de todos os intervenientes dos respectivos clubes.
Esperava uma luta tão “renhida” pelo primeiro lugar?
Era previsível um equilíbrio muito grande pelos grandes objectivos do campeonato: por um lado o de ser campeão e por outro a manutenção. Essa previsão está-se a confirmar e não fosse a paragem imprevisível teríamos, como eu esperava, luta até ao fim.
O campeão saíra do grupo de quatro equipas: Pevidém, Brito, Vilaverdense e Taipas, sendo que até ao momento, penso que não há dúvidas para os mais sensatos, isentos e de análise rigorosa, que temos sido a equipa mais regular, demonstrando ser a melhor equipa e a mais preparada para cumprir o objectivo que poucos tiveram a coragem de assumir publicamente, mas muitos tinham o objectivo interno de ser campeão.
É um campeonato equilibrado, mas nivelado por cima ou por baixo?
É um campeonato nivelado pela exigência de uma divisão distrital mas que é cada vez mais apetecível do que outras divisões nacionais. Há neste campeonato excelentes jogadores, excelentes treinadores e estruturas directivas que se aproximam muito do contexto profissional.
Por isso torna este campeonato sempre muito competitivo e claramente nivelado por cima. Quem defende o contrário deve reflectir o que não tem feito para estar de acordo com a exigência e qualidade deste campeonato.
- «Não pensamos em outra possibilidade
a não ser integrar os Campeonatos Nacionais»
Desde o início que o Pevidém se assumiu como candidato. Seria uma frustração se isso não se concretizasse?
Não pensamos em outra possibilidade a não ser integrar os Campeonatos Nacionais. Sentimo-nos capazes e os resultados têm demonstrado que somos os melhores e os mais preparados para a exigência deste Campeonato.
O plantel contínua “activo”?
Neste momento a nossa principal preocupação é que todos estejam bem. Que se protejam, que não assumam riscos, pois estamos numa fase em que a saúde ultrapassa todos os outros objectivos que tenhamos na vida.
No entanto, foi criado um grupo via Whatshap no sentido de mais do que treinarmos fazermos alguma manutenção. Enviámos três planos de treino por semana, passíveis de serem executados por todos, sendo posteriormente partilhado os resultados. A compreensão e adesão dos jogadores foi excepcional e sentimos que estamos a cumprir os objectivos mínimos perante o contexto que nos encontramos.
- «Quero que o campeonato termine»
Acha que ainda há condições para o regresso do campeonato?
Isso é muito imprevisível e qualquer opinião que possa ter corre o risco de não se concretizar. Sei o que quero: que o Campeonato termine e que possamos demonstrar o que temos feito até ao momento: que somos os melhores e mais capazes para sermos campeões.
Se isso não acontecer qual a melhor mediada a tomar? Tem uma opinião?
Veremos o que as instituições desportivas responsáveis decidem e vamos confiar que as mesmas são capazes que decidir pelo melhor para o nosso desporto e em particular para o Futebol.
- «A verdadeira vitória será quando todos
conseguirmos ultrapassar esta pandemia!»
Como tem sido seu dia-a-dia sem futebol?
Com muita precaução e prudência pois o momento mais do que nunca assim o exige. Em termos desportivos parámos por completo e o futebol mais uma vez deu o exemplo à sociedade antecipando um cenário que era inevitável.
Em termos profissionais continuo a trabalhar, com todos os cuidados pessoais e para os colaboradores em termos de protecção (luvas, máscaras e viseiras) e higiene (gel desinfectante, levar sucessivamente as mãos) no sentido de manter actividade e minimizar os efeitos enormes que esta pandemia terá em termos económicos.
Pensa que esta pandemia vai mudar o futebol distrital?
Não sei se mudará o futebol distrital, o que espero que esta pandemia sirva para tirarmos ilações para a vida percebendo que a nossa saúde, o nosso bem-estar está acima de qualquer outro objectivo sócio-económico ou até mesmo desportivo. A verdadeira vitória será quando todos conseguirmos ultrapassar esta pandemia!
