Podemos acreditar que tudo o que a vida nos oferecerá no futuro não será mais do que o que fizemos ontem e hoje. Porém, se prestarmos a devida atenção, vamos dar conta de que nenhum dia é igual ao outro, pois estamos em constante processo de mudança.
Está aí a nascer uma nova figura determinante no futebol contemporâneo. Tal e qual como no teatro, existe aquele que poucos ou nenhuns conhecem, mas que sem ele não há peça de teatro, refiro-me ao que sobe e desce o pano. O Team Manager está no futebol como essa mesma figura, sem ele “não teremos” futebol.
O Team Manager, um gestor que gere as práticas desportivas utilizando um conhecimento específico das organizações desportivas, através de uma estratégia, um processo e um controlo de atividades. Compete-lhe organizar as pessoas e os recursos, preocupar-se com a sua eficácia e eficiência e ter como objetivo o melhor resultado possível.
No seu perfil deve ter uma engrenagem onde persistam obrigatoriamente três “roldanas” fundamentais, constituídas por paixão, competência e organização. Na sua seleção, os requisitos a selecionar passam por encontrar uma pessoa com capacidade de liderança, tomada de decisão, gestão interpessoal, gestão de desempenho, comunicação, organização, gestão de equipas e organizações.
Ao Team Manager, são atribuídas funções globais, onde se destacam a definição de objetivos, ações prioritárias, recursos necessários, criação de processos e tarefas, planeamento, organização e análise, recrutamento, comunicar, motivar e delegar tarefas, gerir expectativas e avaliar desempenhos e, claro está, representar o clube.
Numa espécie de sínteses, esta figura apresenta-se como “o faz tudo” e uma peça fundamental e imprescindível no presente e no futuro dos clubes de futebol.
Já existem há muito tempo Team Managers nos clubes de futebol, no que à funcionalidade diz respeito, os quais tinham outras designações com terminologias distintas. Surge agora o reconhecimento destas “figuras”, por parte da Federação Portuguesa de Futebol, planeando e operacionalizando formação adequada para os mesmos, no sentido de ser possível migrar de um modelo de operacional autodidata para um operacional com formação e aquisição de ferramentas numa adequação às exigências oferecidas pelo processo de constante mudança do qual o futebol faz parte.
No sucesso e insucesso, participam inúmeros atores no futebol, sendo que recai normalmente sobre os treinadores, toda a carga de responsabilidade, contudo é nesta figura que “sobe e desce o pano” que pode estar uma grande carga percentual desse mesmo sucesso ou insucesso, e portanto cabe às administrações/direções dos clubes ou até mesmo ao treinadores, passarem a escolher as pessoas chave para que os jogadores apenas treinem e joguem, e os treinadores apenas se preocupem com o processo de treino e de competição, deixando com o Team Manager as restantes tarefas de garantir o equilíbrio necessário entre todas as restantes partes do processo.
O futebol, deixa assim, de ser um processo de exclusiva preocupação em contratar o treinador certo, passando agora na seleção e recrutamento de outras figuras determinantes.