O Processo de Certificação da formação dos clubes

Após uma prestação negativa no Mundial da África do Sul, em 2002 , por parta da Mannschaft, todos os clubes da 1ª e da 2ª Liga Alemã foram obrigados a ter centros de treino de jovens com certificação da federação. Na atual seleção alemã, todos, à exceção de Klose, passaram por eles.

No futebol, estrelas significam sucesso, glória e honra. Não é por acaso que elas estão estampadas nas camisas da seleção Alemã. Além das estrelas dadas por cada título, há oito anos que os clubes as recebem também quando realizam um bom trabalho nas categorias de base.

A iniciativa é parte de um projeto ambicioso da Federação Alemã de Futebol (DFB), que sentiu a necessidade de renovar o futebol do país após o mundial de 2002 e a eliminação, ainda na primeira fase, na Euro 2000. Desde 2004, todos os clubes da primeira e da segunda divisão são obrigados a construir um centro de excelência para jovens.

A maioria dos grandes clubes já possuía categorias de base. No entanto, na última década, uma empresa escolhida pela DFB e pela Liga de Futebol da Alemanha (DFL), organizadora da Bundesliga, passou a fiscalizar, em intervalos regulares, o trabalho dos cerca de 50 centros espalhados pelas três principais divisões do país.

 

A formação de atletas de ponta é, certamente, um aspecto a ser considerado. Mas a avaliação dos centros de treino conta também com organização, recursos humanos, infraestrutura, estratégia, comunicação, efetividade e, sobretudo, o desenvolvimento dos jovens. Os centros que atenderem com excelência os requisitos recebem “três estrelas” da federação.

A receita do sucesso não é são apenas treinos periódicos, mas também técnicos de qualificados, que elaboram atividades específicas para os jovens. Somadas a isso estão as condições perfeitas de infraestrutura, com o melhor material desportivo e a possibilidade de as grandes promessas garimpadas por toda a Alemanha estarem em contato com colegas igualmente talentosos.

Desde cedo que os jogadores alemães estão aptos a jogarem em alto nível.

 

Desde o início da década de 1990, a idade média dos jogadores alemães na Bundesliga e na seleção diminuiu de 29 para 25 anos. A ideia era conciliar a já consagrada disciplina e combatividade dos jogadores do país com a criatividade, técnica, tática e coordenação de alto nível que fazem parte das condições básicas procuradas.

O Colônia, clube que formou Lukas Podolski, já recebeu a sua terceira certificação da federação alemã. Para isso o clube tem que contar, por exemplo, com um pedagogo, um psicólogo e realizar palestras para jovens sobre temas como manipulação de jogos, doping e redes sociais.

 

Um adolescente que joga numa equipa da primeira liga treina cinco a sete vezes por semana e joga nos fins de semana. Nada que um jogador adulto também não faça, mas o adolescente ainda tem que ir à escola.

Os atuais jogadores da seleção alemã foram preparados com base em todos os aspectos considerados ideais pela federação alemã. O único que durante a adolescência não jogou em um clube licenciado pela DFB foi mesmo Klose.

Portugal, avançou em 2015 com processo de intervenção similar e hoje já tem mais de uma centena de clubes certificados. A FPF está de parabéns pois este projeto de intervenção vai trazer frutos no futuro.

Se ainda não iniciou o processo de certificação do seu clube, comece já a dar passos para não correr o risco de ficar para trás a médio prazo num pais real onde já muitos perceberam que o caminho faz-se por aqui.