Galiano voltou esta época ao FC Amares, clube que representou nas duas últimas épocas de júnior. O jogador, agora com 23 anos, diz que regressa «muito mais maduro» e com vontade de se dedicar de «corpo e alma» ao futebol.
«Claro que estou contente por regressar a casa, para ajudar a equipa e o clube. A integração foi tranquila, o plantel é jovem, quase todo da minha idade, e fui muito bem recebido por toda a estrutura do FC Amares», adiantou Galiano, que já passou por um processo de troca de treinadores, com a saída de João Santos, à 3.ª jornada, e a entrada de Pedro Lamego.
«Penso que o novo treinador veio acrescentar algo ao modelo de jogo, zonas de pressão e sair a jogar na primeira fase de construção, outras metodologias de treino. São formas de ver o futebol diferentes, mas acho que a nova equipa técnica veio acrescentar coisas que nos estavam a faltar», explicou.
«Em termos de resultados, pensávamos ter mais alguns pontos, o que nos tem prejudicado mais são erros individuais, isso também é fruto da inexperiência do grupo, que com o tempo vai melhorar», apontou.
Uma boa montra
Galiano sublinhou ainda que este é um «bom campeonato» para os «jovens se mostrarem».
«Há boas equipas com muitos pergaminhos no futebol distrital e até nacional, como FC Amares, Esposende e Martim, entre outras. É uma montra para quem ambiciona subir mais patamares e quem sabe mesmo chegar aos Nacionais», anotou o central, que nos três anos de sénior passou pelo Pedralva e pelo Este FC.
«Também gostava de subir mais umas divisões, se chegar ao Campeonato de Portugal era um sonho, mas sei que ainda tenho muito caminho a percorrer, ainda tenho de crescer muito», anotou.
Manter o clube na Honra
O FC Amares conquistou duas vitórias e um empate nas primeiras nove jornadas e tem agora uma série de jogos com equipas como Martim, Esposende e Ucha, sendo que ainda vai à casa do Ribeira do Neiva na 2.ª ronda da Taça.
«O objectivo é manter o Amares na Honra e lançar as bases para o clube regressar à Pró-Nacional, que é o lugar de onde nunca deveria ter saído, na minha opinião. O plantel tem qualidade, mas falta-nos alguma experiência, precisávamos de mais alguns jogadores com mais maturidade, pois em certos momentos do jogo é preciso alguém que “meta gelo”, segure a bola, faça uma faltinha, são coisas pequenas, mas que têm influência no jogo», esclareceu.
«Estamos cientes que o Amares não atravessa uma boa fase e estamos todos aqui para ajudar a reerguer esta grande instituição», juntou o jogador, que sente «orgulho» em representar o emblema amarense.
«Digam o que disseram, todos querem ganhar ao Amares, é um clube histórico, e há equipas que estão a jogar pela primeira vez contra o Amares. Sentimos isso em campo», apontou.
Galiano quer trabalhar no futebol
Nuno Manuel Galiano Oliveira começou a dar os primeiros chutos na bola no CD Lago, clube da sua terra de origem, tendo completado o processo de formação em clube como Moreirense, Vilaverdense e FC Amares. Muitos apontavam-lhe um futuro promissor no futebol, mas alguns contratempos como as lesões e também a falta de compromisso, como o próprio admite, fizeram com que andasse por divisões inferiores.
«Na formação tive algumas lesões que me impediram de jogar, estive quase dois anos parado. Depois, no primeiro ano de sénior, apanhei Covid-19 e não competi, isso tudo junto não favoreceu nada a minha evolução e crescimento como jogador. Mas também me desmotivei muito. Agora estou mais maduro e focado na minha carreira de futebolista. Estou muito mais comprometido e empenhado», explicou.
Entretanto, Galiano manteve sempre o foco nos estudos e tirou uma Licenciatura em Desporto, na Universidade Lusófona do Porto, onde está a frequentar o mestrado. Ao mesmo tempo partilha o relvado e também o treino, como adjunto nos iniciados do SC Braga.
«A minha ambição é fazer do futebol o meu trabalho, quer seja como jogador, quer como treinador. Gosto muito do treino e posso dizer que isso tem-me ajudado muito no campo em vários aspectos», anotou.