O futebol infantil distrital vai ganhar!

Diz o velho ditado popular que “mais vale tarde que nunca” e chegou tarde, mas vêm para ficar as mudanças nos quadros competitivos do futebol infantil distrital de Braga.

A tais propostas foram apresentadas,no dia 27 de Março, na AF Braga pela voz da sua estrutura técnica e directiva. Confesso que recebi com grande agrado a notícia de que o projecto de alteração já está quase concluído e falta agora aprimorar um e outro ponto.

No futebol, normalmente, não é fácil unir consensos, pois a visão de cada um é muitas vezes única e daí a discussão permanente. Todavia, parece-me que são poucos ou nenhuns os que não se mostrem a favor da grande parte das mudanças a operar na época desportiva 2019/20 e outras a implementar de forma gradual, na época de 2020/21.

O panorama actual dos quadros competitivos em vigor já deixou bem claro que está obsoletono que concerne a questões de igualdade e justiça competitiva nos escalões de base, onde impera quase sempre a “lei do mais forte”, que em razão do seu estado maturacional ou de nível de competências vai criando ilusões de desenvolvimento formativo a crianças e restante comunidade desportiva. Potencia a valorização excessiva da competição em detrimento da sua componente recreativa, arrastando muitos e muitos praticantes para um quadro de desmotivação e desistência.

Importa conciliar e equilibrar todos os interesses e nesse desafio surge o programa “Crescer 2020” da Federação Portuguesa de Futebol, que apesar de deixar à consignação das associações locais a gestão dos quadros competitivos, emana mesmo assim recomendações às quais a AF Braga não está indiferente.

Então, desta feita o que mudará? Passaremos muito provavelmente a ter o escalão de Benjamins enquadrado numa competição lúdica e recreativa, sem árbitros e sem tabelas classificativas, tal e qual como é no presente a competição dos Traquinas.

Por sua vez, proceder-se-á a uma divisão da competição por faixas etárias, em sub-10 e sub-11, facilitando assim mais igualdade competitiva.

No que diz respeito aos Infantis, vamos caminhar para o fim do futebol de 7 e a predominância do futebol de 9, aplicando-se também a divisão competitiva em sub-12 e sub-13.

Mas, em minha opinião, a medida mais interessante de toda esta envolvência competitiva, será a criação de divisões competitivas nos Infantis e o arranque dos campeonatos em duas fases. Uma primeira apenas a uma volta, onde se definirão equipas que numa segunda fase, irão competir no apuramento de campeão;  outras irão competir para fase de manutenção, estando sempre presente jogos de nível competitivo similares, apagando-se as grandes goleadas de fim-de-semana e as consequências nefastas que elas trazem aos seus praticantes, na componente motivacional.

Como agente desportivo os meus parabéns pela medida e agora sim teremos festas do futebol distrital.