Depois de duas épocas de sucesso nas equipas femininas do Bonitos de Amorim e Rio Ave, Miguel Afonso assumiu, a meio da época passada, o comando técnico da Ovarense, numa missão difícil mas que terminou com o primeiro lugar na fase de manutenção, com 12 vitórias nas 16 jornadas que disputou no nacional da II Divisão.
O Desportivo conversou com o treinador bracarense sobre este desafio na Ovarense e também das ambições para o futuro.
Que balanço faz desta época na Ovarense?
Gostaria de agradecer a coragem que o team manager, Carlos Santos, teve em contratar uma equipa técnica de tão longe e nos ter convencido que ir pra Ovarense seria o melhor passo que poderíamos dar. Sem dúvida que o foi mesmo.
O balanço é muito positivo tendo em conta o panorama que encontramos. Uma equipa com apenas uma vitória em quatro jogos, um plantel novo e com dinâmicas totalmente diferentes daquilo que acreditamos e gostamos de ter. Conseguimos 12 vitórias e um empate em 16 jogos. Penso que estes números dizem todo.
Considera, portanto, que atingiu os objetivos?
Quando assumimos o comando da equipa o apuramento para a fase de campeão era uma miragem, missão muito difícil, portanto considero que cumprimos mais do que o proposto, pois para além da manutenção conseguimos ainda o primeiro lugar na fase de manutenção.
Que avaliação faz do campeonato?
Foi um campeonato muito equilibrado, onde os resultados acabavam todos nivelados e as exibições também. Espera-se que na próxima época a II divisão seja incrível pois as equipas que sobem e as que desceram da Liga BPI vão dar um nível competitivo brutal à competição
O que o levou a aceitar este projecto?
Quando nos fizeram a proposta confesso que estávamos decididos em não aceitar, pela viagem, pelo desgaste das viagens, pela exposição, pois vínhamos de duas épocas quase perfeitas. Mas ao sentir que a confiança do clube em nós era total, acabamos por ceder e vestir a camisola sem medos, prontos para as batalhas.
«Quero chegar à Liga BPI»
E quanto ao futuro…
O futuro está incerto. Há vontade da Ovarense e há vontade da minha equipa técnica de renovar. Mas a distância (4 000km por mês), orçamentos e a estabilidade impediu que acontecesse até agora. Vamos ver o que os próximos tempos nos dizem.
Mas ambiciona chegar a uma equipa da Liga BPI?
As minhas metas são sempre as mesmas, ou seja, chegar à Liga BPI e ser profissional. Não escondo, nem nunca escondi isso. Para além disso, por onde passámos procurámos sempre fazer crescer os clubes e as atletas. Em três épocas foram 41 jogos e apenas 8 derrotas, em jogos para o campeonato.
