Paulo Oliveira diz que compreende a decisão, mas sublinha que órgãos federativos podiam ter aguardado mais um pouco pela evolução da pandemia.
O coordenador da formação do GD Prado refere ainda que esta crise vai trazer consequências financeiras para os clubes que terão de ser minimizadas por quem gere o futebol.
Desportivo: Concorda com a anulação dos campeonatos da formação?
Paulo Oliveira: Importa em primeiro lugar frisar a tomada de posição quer do GD Prado quer de todos os outros clubes que demonstraram uma grande atitude de sensibilização pública ao cancelarem toda a sua actividade desportiva ainda antes da posição da AF Braga em suspender as actividades desportivas e os jogos oficiais.
A decisão poderia sempre passar por aguardar a evolução da pandemia e do estado de emergência, avaliar e tomar uma posição posterior, mas quando isto nos leva para uma situação de saúde pública, que é bem mais importante, e as recentes notícias sobre a evolução, entendemos o timing em que esta foi decidida.
Não havendo uma solução perfeita e justa, que passaria pela conclusão de todos os campeonatos, entendemos este cancelamento, embora outras possibilidades houvesse e que têm sido tornadas públicas, mas que também elas nunca gerariam consenso.
AF Braga fez bem em seguir as directrizes da FPF?
No seu comunicado a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) informa que deliberou após auscultar os seus associados. Levou com toda a certeza em consideração os pontos a favor e contra, vinculando ainda as 22 Associações Distritais a esta decisão. Neste sentido não seria entendível que a AF Braga não seguisse a directriz emanada pela FPF.
– Que implicações pode ter esta medida no futuro?
Com esta época comprometida desde logo compreendemos que o facto da não atribuição dos títulos, lugares de subida e descida causará sentimentos de injustiça, mas que têm por todos ser entendidos à luz desta situação excepcional.
Na próxima época com toda a certeza a saúde financeira dos clubes irá sofrer bastante, pois os apoios dos patrocinadores não serão certamente os mesmos, podendo isto afectar desportivamente os clubes pelo que esperamos que soluções sejam encontradas pelos órgãos que dirigem o futebol de forma a menorizar este impacto.
Também para os atletas que acabam este ano o seu percurso na formação, este terminar antecipado, não será com certeza a forma ideal da sua concretização. Cabe-nos a nós ter uma especial sensibilidade no seu acompanhamento e futuro desportivo.
