A criação da Superliga Europeia, é uma machadada no futebol. Se a ideia é salvar a imagem do futebol e ajudar os clubes, a Superliga Europeia não é a solução. Não é sequer o ponto de partida do problema mas, o agravamento do mesmo.
O futebol é um desporto de solidariedade, de paixões e respeito. Não é um desporto de exclusão. Ao criar uma Liga para ricos, não se está a ir ao encontro dos valores mas, pelo contrário, está-se a colocar os próprios valores em causa.
É triste ver treinadores como Mourinho e Klopp, serem despedidos ou ameaçarem bater com a porta, por não se deixarem “corromper” por um sistema, onde alguns querem ser os donos disto tudo.
É igualmente triste, ver a UEFA ameaçar banir das provas, grandes clubes mundiais. Mais grave do que isso, é a consequência para os atletas, que podem ser impedidos de representar o seu país nos jogos da seleção.
O problema do futebol é acima de tudo, um problema cultural. É um problema de má preparação de dirigentes desportivos. Há também uma gritante falta de fiscalização, o que leva muitas vezes a uma profunda falta de transparência.
É urgente refletir o futebol mas, não é desta forma que se resolvem os problemas estruturais. É com diálogo, cooperação e confiança mútua.
Se conseguirmos passar essa imagem e unir esforços, certamente que voltaremos a aproximar adeptos e clubes. Voltaremos a ver o desporto rei, como um desporto de paixão e não um desporto de interesses.
É preciso coragem para mudar mentalidades, a estruturação do desporto e menos vontade de asfixiar o futebol, colocando outros interesses à frente.
