«Falta-me conquistar um título internacional»

Ana Gabriela Quintão de Brito, conhecida por Gabi Brito, é uma das promessas da canoagem nacional. Aos 20 anos já conquistou 19 títulos nacionais e começa também a dar cartas a nível internacional, onde recentemente ficou em sexto lugar nos Europeus de Velocidade, em K2 e K4.

Gabi Brito chegou ao CN Prado com apenas 11 anos. Os primeiros tempos foram levados na diversão, mais como um hobby para conviver com os amigos, mas com o passar dos anos começou a encarar a canoagem mais a sério e com a intensificação dos treinos os resultados surgiram rapidamente.

«Quando entrei na canoagem, se me dissessem que agora estaria neste nível, sinceramente não acreditava. Até porque os primeiros anos era mais divertimento e vinha porque os meus amigos estavam no clube. No entanto, comecei a levar isto mais a sério e os resultados foram aparecendo», contou Gabi Brito ao nosso jornal.

«Se calhar também já gostava de ter obtido outros resultados, que ainda não obtive. Mas tenho a consciência que só tenho 20 anos, ainda dá para fazer muita coisa», acrescentou a atleta, que ainda recentemente marcou presença no Europeu de Velocidade.

«Foi uma época em que evoluí bastante, mais até mais em barcos de equipas, que foi mais a minha especialidade e irá continuar a ser nos Mundiais Universitários que se disputam em Agosto, onde quero chegar às medalhas. Conseguimos construir uma boa equipa, o que nos levou ao sexto lugar no Europeu. Penso que estamos a ficar cada vez mais perto do nosso objectivo de chegar às medalhas, de ganhar competições internacionais», expôs a canoísta, que falhou o Mundial devido a uma inesperada doença quando já se encontrava na Hungria, integrada na Selecção Nacional.

«Ainda hoje eu e a minha colega não sabemos bem o que se passou. Adoecemos e não pudemos competir, mas mesmo assim deu para sentir e ver o nível das nossas adversárias numa competição deste género», apontou.

A nível interno, Gabi Brito está a competir pelo segundo ano consecutivo no escalão de sub-23 e seniores. «Este ano consegui o 4.º lugar na Taça de Portugal, que era isso que me ia dar o apuramento para entrar na Selecção e nos barcos de equipa, mas ainda tenho muito a evoluir, tanto individualmente como depois em barcos de equipa. Se calhar este ano fiz um trabalho mais solitário, por assim dizer, na pré-época», confidenciou.

«Se olharmos para uma Teresa Portela, por exemplo, que é a atleta que representa Portugal nos Jogos Olímpicos, vê-se que há uma diferença maior e que é preciso um trabalho acrescido e tempo. Essencialmente tempo, porque na parte de trabalho sou dedicada e esforço-me para ser cada vez melhor. Acho que é uma questão de tempo para conseguir chegar ao nível em que ela está, ou parecido. É mais aí que sentimos a diferença», revelou.

 

Gabi quer ser atleta olímpica
Gabi Brito tem conseguido manter-se sempre no topo da canoagem nacional, com excelentes resultados e presenças constantes na equipa nacional. Mas a atleta, natural da Vila Prado, não se contenta com o sucesso interno e quer alargar as suas pagaiadas para águas internacionais.

«A nível nacional tenho conseguido andar sempre entre as melhores, embora haja sempre surpresas, com novas atletas com bom nível.  Essa concorrência interna só nos ajuda a evoluir para depois conseguirmos formar boas equipas lá fora», apontou a canoísta, que já conquistou uma medalha pela Selecção Nacional.

«Gostaria de ter muito mais. Acho que é mais isso que tenho de conquistar agora, mais o nível internacional. A curto prazo, daqui a um ano ou dois, gostaria de ter algum título mundial ou europeu.
A longo prazo, isto é, daqui a quatro anos, gostava de estar presente nos Jogos Olímpicos. Seria o auge da minha carreira», proferiu.

 

Sucesso também na escola
Para além de excelente atleta, Gabi Brito tem também sucesso na escola. A atleta frequenta o curso de Psicologia na Universidade do Minho. «Quando somos mais novos fazemos um bicho de sete cabeças, como é que vamos fazer as coisas, como é que vamos conseguir divertir-nos com este estilo de vida. E é possível, na verdade. No alto rendimento temos de tirar a pressão de cima de nós. Saber conciliar a vida com o desporto é a melhor maneira de ter bons resultados e ser feliz. Quanto entrei para a universidade fiquei ainda mais motivada. É a combinação perfeita para mim», concluiu.

 

 

 

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