Depois de uma paragem de dois anos devido a motivos profissionais, Alex Costa regressou aos relvados, em Janeiro da época passada, pela porta do FC Amares.
Mas a longa paragem deixou marcas no médio, de 31 anos, que sofreu uma lesão grave e só voltou na parte final do campeonato da Pró-Nacional.
«Decidi fazer uma pausa para organizar um bocadinho a minha vida, pelas responsabilidades do trabalho. Depois surgiu o convite do FC Amares. Era apelativo, um clube com tradições nos Nacionais, e decidi aceitar», contou Alex ao nosso jornal.
«Foi muito difícil, estava com peso a mais, fora de forma, embora continuasse a fazer desporto, mas não é a mesma coisa. Fiz apenas três jogos, tive uma lesão grave, rasguei o músculo. Voltei apenas no final do campeonato», recordou o jogador.
No final da época, Alex decidiu prolongar o contrato por mais um ano, porque diz que a palavra «ingratidão» não entra no seu dicionário.
«O FC Amares é o clube, no contexto sénior, com mais história que representei. Mas todos sabem que atravessa imensas dificuldades. Este ano fiquei pelas pessoas que estão à frente da Direcção, pelo treinador e pelo Renato. Mostraram sempre grande respeito por mim, nunca me falharam com nada, sempre me acompanharam nos tratamentos. Cumpriram tudo como foi acordado. Por isso, só tenho a dizer bem do FC Amares. Comigo foram sempre uns homens. Agradeço em especial ao Renato. Lidei muito com ele, é um homem a sério», expressou o médio, que apontou dois golos nos primeiros jogos do campeonato da Divisão de Honra.
«A equipa está melhor construída do que no ano passado. Às vezes não é a questão da qualidade dos jogadores, mas sim da construção do plantel. E a nível pessoal já me sinto melhor. Estou no meu peso ideal, sinto-me confiante. Fiz golos nos dois primeiros jogos. Mas o que me interessa são as vitórias, não os golos», atirou.
Quanto aos objectivos para a nova época, Alex diz que a equipa não vai «prometer nada», mas garante que «nunca vai ser fácil defrontar o FC Amares».
«Não vamos prometer nada. Queremos fazer o nosso melhor, mas o FC Amares nunca vai ser uma equipa fácil de defrontar. Queremos sempre que seja difícil jogar contra nós e mostrar que, embora seja um clube em reestruturação, não deixa de ser o clube histórico. Queremos andar o mais tranquilo possível, esse é o objetivo principal. E depois logo se vê», apontou.
«Já joguei nesta divisão pelo Dumiense e pelo Terras de Bouro, mas agora está diferente. Cada vez mais o futebol distrital está mais competitivo. Agora um jovem chega aos seniores já com mais de 10 anos de futebol de formação, em contextos diferentes. Já sabem o que é o futebol. Nunca há jogos fáceis», completou o jogador.
Plantel amarense é composto por muita juventude
«A voz da experiência faz muito bem a quem ouve»
O plantel do FC Amares é constituído na sua maioria por jovens atletas que estão a dar os primeiros passos no futebol adulto.
«Não é que seja muito velho, tenho 31 anos, mas a minha geração já é muito diferente desta. Também já tive a idade deles e pensava que sabia tudo. Conforme fui avançando na idade percebi que nunca sabemos tudo. Estamos sempre a aprender. A voz da experiência faz muito bem a quem ouve. Eles que querem aprender, são humildes e tento passar o melhor que sei. Temos jovens que podem subir um bocadinho mais no futebol, mas têm de trabalhar muito», disse Alex.
Formação no SC Braga, Gil Vicente e Famalicão
«Talvez não tivesse feito as opções correctas»
Com formação em clubes como o SC Braga, Gil Vicente e Famalicão, Alexandre Miguel Martins Costa, natural de Braga, acabou por cair no futebol distrital e explica porquê.
«Toda a gente que joga futebol tem sonhos, se calhar agora, mais no fim da carreira, é que percebemos que o nosso momento de viragem foi naquele dia X que não aproveitamos. Toda a gente tem essa história.
O meu início de formação foi muito mau. Nas camadas jovens do SC Braga passei por algumas situações difíceis. Acabei por ser dispensado. Depois, no Famalicão, tive duas épocas e meia excelentes. Muito boas mesmo. E depois, talvez não tivesse feito as opções correctas. Acabei por entrar no futebol distrital e depois ou temos qualidade acima da média, ou então temos que dedicar muito da nossa vida ao futebol para poder sair da Distrital. Como nunca o fiz, acabei por ficar por aqui. É essa a minha história», contou.