Depois de três anos a bater à porta da subida com a camisola do Alegrienses, Luís Gomes decidiu mudar de ares e escolheu o Ribeira do Neiva para tentar concretizar um dos seus objectivos na sua ainda curta carreira de guarda-redes: ser campeão na I Divisão Distrital.
«Este ano procurei um projecto que me permitisse lutar pelo título de campeão nesta divisão, que é uma coisa que ambiciono muito», confidenciou Luís ao Desportivo.
«A adaptação para já tem sido boa. Fui recebido muito bem, tanto pelos directores, como pela equipa técnica. Apenas senti um pouco de dificuldades no sistema de três centrais, pois nunca tinha jogado desta forma», explicou o guarda-redes, que se sente confortável a jogar com os pés.
«Hoje em dia os guarda-redes têm que saber jogar com os pés, e com uma linha quatro muitas vezes conseguia meter-me entre os centrais a fazer de líbero, pois sinto-me confortável com a bola. Com a linha de três é diferente, mas estou a dar conta do recado», acrescentou o segundo dos guarda-redes menos batido do campeonato da I Divisão, com apenas 10 golos sofridos.
«O mérito é de toda a equipa, não sou apenas eu, temos jogadores na defesa com muita experiência e outros mais jovens, é uma boa combinação. Acho que o nosso grande mérito passa pela consistência defensiva», apontou, considerando que o Ribeira do Neiva lidera o campeonato de uma «forma justíssima».
«Muitos dizem que é sorte, que não jogamos nada, isto e aquilo, o que interessa é que estamos em primeiro e queremo-nos manter por lá até ao fim. O objectivo é mesmo ser campeões, esse é o principal objectivo da equipa, e temos tudo para que isso seja uma realidade», expressou.
O guardião do Ribeira do Neiva referiu ainda que a equipa vai procurar realizar uma segunda volta melhor do que a primeira, onde consentiram apenas três empates.
«Na segunda volta queremos melhorar, transformar os empates que tivemos em vitórias. O mister Vitinho diz-nos sempre que o mais difícil não é manter, mas sim evoluir e melhorar, porque os adversários estão a reforçar-se cada vez mais e nós temos que acompanhar. Queremos fazer melhor do que na primeira volta», indicou.
Série competitiva
Luís diz que este é o campeonato mais competitivo desde que joga na I Divisão Distrital.
«Este ano encontrei talvez a melhor série dos últimos anos. Temos muitas equipas que disseram que queriam ser campeãs, temos outras que não disseram nada, mas toda a gente sabe que é para lutar pelo título, por mais que não o assumam. Depois é muito difícil jogar em certos campos, com o MJ Póvoa, no pelado do Cabaços, no Pico, Lage ou Oleiros. É muito complicada esta série», revelou.
«O jogo mais difícil? Talvez com o Terras de Bouro, porque se ganhássemos passávamos para primeiro. Foi muito renhido e disputado. Tive a felicidade de defender um penálti, correu tudo bem, desde esse jogo nunca mais saímos do primeiro lugar», juntou.
Guarda-redes fez a formação no Merelinense
«Quando surgir a oportunidade vou agarrá-la com tudo»
Luís Gomes fez quase toda a formação no Merelinense, mas no escalão de juniores, para além de uma lesão grave no joelho, teve de conviver com a crise pandémica, o que acabou por prejudicar a sua transição para os seniores.
«Tive o azar de os dois anos de juniores coincidirem com a pandemia e, além disso, no primeiro tive uma lesão grave no joelho. Fui operado, estive muito tempo parado e a oportunidade acabou por se esvaziar», lamentou o guarda-redes que agora está pronto para agarrar uma nova oportunidade de dar o salto se, entretanto, ela surgir.
«Sou um guarda-redes ágil, com bons reflexos, bons pés, que teve poucas oportunidades no futebol, mas uma coisa é certa: a primeira oportunidade que tiver vou agarrá-la com tudo», garantiu.
Ribeira lidera o campeonato
«Precisamos do apoio dos adeptos»
Os adeptos do Ribeira do Neiva sempre tiveram num papel preponderante nos êxitos da equipa e Luís diz que a equipa está a fazer tudo para que a onda verde volte a encher as bancadas.
«Esta equipa pode prometer aos adeptos muita garra, muita vontade de ganhar, muita vontade de pôr o Ribeira do Neiva onde ele merece, porque as condições são óptimas e, quem sabe, talvez o clube possa chegar à Pró-Nacional. Temos sentido algum apoio. A claque anda um pouco desaparecida, mas queremos que voltem a ser o 12.º jogador», disse.