Espelho meu, espelho meu

Os últimos dias ficaram marcados por episódios de violência. No jogo entre o Sporting e o SC  Braga vimos Ricardo Horta ser atingido com uma garrafa de água no momento do festejo do golo. Um outro episódio ocorreu num jogo de escalão de futebol feminino, onde uma atleta foi vítima de comentários discriminatórios. São episódios que todos devemos repudiar e que devem ser severamente punidos.

Se é verdade que os clubes são alvo de multas face a estes incidentes, a verdade é que se deveria ponderar outro tipo de sanções. Jogos à porta fechada podia ser uma aposta. É verdade que os clubes não devem pagar por atos de energúmenos, mas também não é menos verdade que da parte de quem tutela o desporto deve haver medidas que transmitam uma mensagem forte e clara para os adeptos, no que diz respeito ao comportamento a ter nos estádios.

Por outro lado, deve haver uma aposta em campanhas de sensibilização!

Quero ainda tocar noutro tema. A diminuição do público nos estádios. Soubemos por estes dias que Portugal perdeu cerca de 1 milhão de espectadores. Pode a pandemia servir de desculpa? Em parte, podemos associar, mas há outros fatores mais relevantes.

A ideia da implementação do adepto foi descabida e mal pensada. Não só se adivinhava que não seria viável como seria alvo de muita contestação! Não tardou muito a ser revertida. Bem dizia o presidente da Liga que nos íamos ter de habituar ao cartão do adepto. Pelos vistos, quem se vai ter de habituar ao falhanço é o próprio presidente da Liga.

Por último e, talvez o fator mais relevante, os horários dos jogos.

Jogos durante a semana à noite ou a um domingo após as 21h é desaconselhável. Lembro-me de em criança ver jogos a meio da tarde. É preciso diálogo e bom senso por parte da tutela e de quem adquire os direitos televisivos. É preciso refletir e tomar medidas mais apelativas para os adeptos irem aos estádios!

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