Mães e pais que torcem nas bancadas pelos seus filhos e filhas são uma instituição nos campos, onde as nossas crianças e jovens praticam futebol. Apitos de mão, cartazes, entusiasmo e gritos. Uma explosão de paixão para incitar a equipa dos seus filhos, mas de repente desligam quando seu pequeno “herói” é relegado para o banco de suplentes.
E do silêncio vamos para a depressão quando lá, sentado, o campeão da casa fica no banco o tempo todo. Começam a aparecer protagonistas, fantasmas, onde os pais passam a personagens principais não aceitando a visão de ver os filhos relegados para o banco.
Fazer parte da equipa também tem esse significado, não deve haver apenas jogadores no campo, mas sim companheiros próximos que apoiam os amigos do banco e se preparam para intervir nos momentos de necessidade. O tempo gasto no banco de suplentes deve ser um investimento para aprender com o jogo dos companheiros, para melhorar e observar os adversários, até chegar o momento de entrar.
O bom treinador reconhece os seus jogadores que estão prontos no imediato, mas também reconhece aqueles que precisam de mais tempo, mais incentivo e, provavelmente, os que têm de fazer mais vezes de suplentes.
Tudo isto será possível com um bom treinador, que seja capaz de motivar, mas especialmente, se o primeiro e verdadeiro apoiante seja o pai ou mãe, mesmo que nesse papel seja menos satisfatório.
Tenho mais de uma década de experiências na observação, treino e gestão no futebol. Não posso deixar de caracterizar o modelo que acredito de pai ideal para crianças que praticam futebol, deixando alguns mandamentos:
– Nunca use a atividade futebol dos seus filhos para punição.
– Nunca intervenha nas escolhas técnicas e decisões do treinador.
– Não desafie, claramente, na frente de todos e não incite a impropriedade.
– Respeite o árbitro e a equipa adversária.
– Vá e veja seus filhos com mais frequência quando eles brincam.
– Viva a partida ou jogo de forma calma e não traumática.
– Incentive os seus filhos a se envolverem cada vez mais, fazendo com que eles entendam que o compromisso no campo e no clube será uma fonte de satisfação no futuro.
– Tente dar-lhes autonomia, evitando ser omnipresente em todas as situações.
– Faça-os entender que brincar significa divertir-se e socializar-se.
– Faça-os entender que a deceção de uma derrota é um meio para crescer, porque a “não-vitória” estimula a melhoria através do treino e essa atitude reflecte-se positivamente na sua atividade escolar e também um dia como trabalhador.
A competição faz parte da natureza humana e crianças e jovens competem por natureza.
Concluo com uma última observação:
É importante que os treinadores e os pais apoiem os seus filhos e os ensinem a ganhar e a perder, sem excessiva exaltação ou drama. Esta é uma Dura Lex!
*Texto escrito com o novo acordo ortográfico