João Ribeiro representou vários clubes da região e também teve uma aventura no FC Orania Vianden, do Luxemburgo, na época de 2012-13. No entanto, nunca tinha vestido a camisola do CC Taipas. Esta época surgiu a oportunidade e o avançado deixa elogios ao seu novo clube. Na entrevista ao Desportivo, João Oliveira falou ainda da época dos taipenses no campeonato da Pró-Nacional e diz que as saudades do futebol começam a «apertar cada vez mais».
Desportivo: Como é que está a lidar com esta pandemia?
Infelizmente não é uma situação fácil a todos os níveis. Tanto psicológico, como físico e financeiro. Contudo, temos de ser fortes e adaptarmo-nos a esta situação para darmos a volta por cima!
João Ribeiro: O plantel do CC Taipas encontra-se bem?
Felizmente sim, mantemos sempre contactos, quer os jogadores, quer toda a estrutura e até ao momento está tudo bem.
O como está a ser viver sem futebol?
É complicado, nós desportistas habituados a ter um desgaste físico diário, o compartilhar de balneário, o cheiro da relva, a paixão que nos move, é realmente algo que nunca pensei ter de viver na minha vida.
As saudades já apertam?
Se apertam… Dou comigo a dar toques na bola no pouco espaço que temos em casa. Não para fazer golos, nem assistências, mas para matar saudades, cumprimentar a bola, que olha para mim todos os dias perguntando quando voltamos!
Este longo tempo de paragem pode prejudicar a planificação da próxima época?
É uma questão importantíssima e à qual nos deixa reticentes. Se para nós jogadores é complicado, imagino-me também o lado das direcções, que, certamente, devido ao momento não tenham os apoios que regularmente tinham e também pela incerteza das datas para a nova época e da forma como se encontrarão os atletas. Não será tarefa fácil para ninguém.
- «Temos jovens que chegarão a patamares bem altos, com certeza!»
Que balanço faz da prestação do CC Taipas no campeonato?
Muito positiva! Temos um plantel com uma qualidade tremenda, com experiência, misturada com a irreverência dos jovens que chegarão a patamares bem altos, com certeza!
De realçar também que temos uma equipa técnica de um nível altíssimo, que nos exige o máximo e sabe tirar o melhor proveito de cada jogador.
E individualmente?
Felizmente, orgulho-me da época que fiz. Uma temporada bastante regular, ajudando sempre a equipa, fazendo bastantes assistências para golo e ajudando o grupo a ganhar jogos. Isso é o mais importante.
Concorda com a medida tomada pela FP Futebol e seguida da AF Braga? Ou na sua opinião dos campeonatos deveriam ser concluídos?
É difícil ter uma opinião 100% correta em relação a esse assunto, pois não somos profissionais de saúde para podermos avaliar da melhor forma esta situação. Contudo, na minha opinião, e tendo uma pessoa de alto risco em casa, acho que seria um risco enorme, pois nunca sabemos onde podemos ser infectados e trazer o vírus para dentro de casa. Acho que todos devemos ter um papel importante nesta pandemia mundial e só juntos e fortes conseguiremos, em breve, voltar a abraça-nos.
- «Ainda teríamos muito dar a este campeonato»
O Taipas ainda estava numa posição que lhe permitia sonhar com uma possível subida. Acha que por isso sai prejudicado com esta medida?
Sem dúvida que ainda era um objectivo pelo qual lutávamos e isto veio retira-nos esse sonho. Estávamos numa fase muito boa e acredito que ainda teríamos muito dar a este campeonato.
Na sua opinião qual a melhor equipa do campeonato?
Sinceramente, vou eleger o Pevidém, pela regularidade da equipa, pela consistência, pela qualidades individual e colectiva. Parabéns pela época que estavam a fazer.
E o jogador?
Há alguns jogadores que poderia mencionar aqui sem dúvida! Mas tenho obrigatoriamente de falar no André Martins, que jogou connosco até Janeiro, pelo jogador que é e pela época que estava a fazer. Marcou 24 golos. Acredito que vá chegar longe e desejo-lhe muito sucesso.
- «Isto é um mundo mágico em quarentena»
O futebol vai mudar depois desta Pandemia?
Não. Nos primeiros dias talvez haja alguns receios no balneário ou até nos contactos, mas sabemos que quando entramos em campo tudo se esquece. Acredito que passada a primeira ou segunda semana tudo volta ao normal, claro contando com os adeptos nos estádios e tudo a que o futebol engloba. Isto é um mundo mágico em quarentena e espero muito em breve que volte à normalidade.
