Dois irmãos que se apaixonaram pelo voleibol

João Paulo e Carla Correia são dois irmãos apaixonados pelo voleibol e pelo projecto do Amares Vólei. Já foram praticantes e, agora, apesar de ainda muito jovens, estão a iniciar uma carreira de treinadores na formação do clube amarense.

«O professor Nuno Reininho foi uma das grandes razões para alimentar a minha paixão pelo voleibol. Depois, há também toda a vivência com os meus colegas, conhecer gente nova, estarmos juntos nos torneios, às vezes semanas. Tudo isso deixa marcas», confidenciou João Paulo, de 24 anos, que está a trabalhar com a equipa dos infantis do Amares Vólei.

«Às vezes, vou ser honesto, é complicado, porque estão a entrar no início da puberdade, da parvalheira também. Mas é uma malta muito fixe, que gosta de se divertir, e eu também me divirto com eles», acrescentou o treinador.

Quatro anos mais nova, Carla também terminou este ano o curso de treinadora e é o braço direito de Nuno Reininho na equipa de iniciados.
«O meu “gatilho”, digamos assim, para tirar o curso, foi mesmo por causa dos miúdos que me incentivaram muito. Não podia dizer que não, gosto muito deles. Está a ser um início de época cheio de desafios, mas esta é uma equipa muito unida e podemos chegar longe», expressou Carla.

 

«Estou há muitos anos no projecto, mas só há três é que realmente me comecei a focar mais. A parte da arbitragem também é uma coisa que sempre gostei muito e também sou árbitra federada. Digamos que o voleibol já me corre nas veias», juntou a jovem treinadora.

Nestas idades, os resultados desportivos passam muito «para segundo plano» e o mais importante é que «todos joguem» e que «evoluam» para outros patamares.

«O que importa nestas idades é que eles joguem, que se divirtam e que gostem do que estão a fazer. Também é um dos princípios do desporto: participar, criar hábitos de vida saudável para os miúdos. Alguns deles estão cá há dois anos e se me dissessem que, nesta altura, iam estar a jogar a este nível, achava muito difícil. A evolução deles nota-se a olhos vistos e têm margem para evoluir cada vez mais, pois a maioria deles ainda é do escalão de minis», expôs João Paulo.

«Às vezes, o melhor jogo não é o que ganhámos, mas sim aquele que sentimos que demos tudo, que deixámos tudo dentro do campo, isso é uma sensação muito boa», juntou o treinador.

«Há aqui alguns miúdos muito interessantes, muito focados, vejo neles muito potencial, se quiserem conseguem chegar muito longe. É uma equipa que poderá fazer uma gracinha se entrar na fase nacional», indicou Carla Correia.

 

Jovens lamentam falta de apoios
«Sempre foi o “calcanhar de Aquiles”»
João Paulo e Carla Correia gostavam que mais jovens de Amares se juntassem ao projecto do Amares Vólei para dar continuidade ao trabalho desenvolvido por várias gerações de atletas e dirigentes ao longo dos anos.

«Alguns já estiveram cá, mas infelizmente não quiseram continuar. Era bom que mais jovens se juntassem a nós, seja como treinadores, ou mesmo como directores, se não o projecto corre o risco de acabar quando os mais velhos, como os professores Mário Azevedo, Nuno Reininho e Zé Carlos, deixarem o clube. Já estamos a tentar meter esse “bichinho” ao Miguel (risos)», apontou Carla Correia, lamentando que o projecto do voleibol em Amares não seja mais apoiado pelas entidades oficiais e não só.

«A falta de apoios sempre foi aquele calcanhar Aquiles. O nosso Município, infelizmente, não nos apoia como deveria apoiar, mas ainda temos a esperança que isso venha a acontecer. Ainda acreditamos que um dia olhem para o voleibol com os mesmos olhos que olham para o futebol», atirou.

 

Mateus (infantis)
«Quero ficar muitos anos»
«Já jogos aqui há três anos e estou a gostar muito. Vim porque senti que tinha capacidades e também achava o voleibol muito interessante. Todos gostamos de ganhar, mas o mais importante é que nos divirtamos a praticar o desporto de que gostamos. Eu quero ficar aqui muitos anos».

 

 

Tiago (iniciados)
«Gosto mesmo de voleibol»
«Há quatro anos a minha professora de Educação Física disse-me que tinha potencial para jogar e convidou-me. Estamos a trabalhar bem, focados em ganhar mais jogos e evoluir, que é o mais importante.
Gosto mesmo do voleibol.  Gostava de ser selecionado para a equipa nacional, mas se não for possível fico feliz na mesma, porque estou a fazer o que gosto».