Em Portugal temos uma visão pouco equilibrada no que toca à seleção de projetos e dos seus líderes. Quer-se resultados imediatos sem primeiro serem dadas as condições mínimas para se limar bem as arestas para que possa haver maior solidez e robustez nos projetos.
Para um treinador não importa ter só atletas. Mais do que isso, é preciso dar garantias para que o treinador possa implementar os seus métodos, levar o barco a um porto seguro e, não menos importante, consiga ter uma estrutura forte e que o apoie.
Nos diversos campeonatos verificamos que os treinadores têm pouca margem de manobra para desenvolver o seu trabalho e, ao mesmo tempo, para conseguir obter resultados.
A cultura das chicotadas-psicológicas nem sempre resulta. Diria mesmo que, na maioria das vezes, não surte muitos efeitos.
Esta visão começa desde os campeonatos distritais e prolonga-se até aos nacionais.
Para que um treinador consiga implementar as suas ideias e espelhar as mesmas no seu jogo, é necessário que o próprio consiga construir uma equipa à sua imagem. Com jogadores que lhe possam dar garantias. Para que isso aconteça é preciso haver recursos humanos e financeiros adequados.
O problema começa muitas vezes na falta de recursos e no mau planeamento.
Seria vantajoso implementar uma formação mais abrangente e uma melhor estruturação dos diversos organismos.
Se existir um melhor planeamento e uma formação mais adequada, haverá um olhar mais atento e sério para os problemas.