O que se passou nos festejos do título do Sporting e na final da Liga dos Campeões em nada prestigia a imagem do nosso país.
Sejamos sinceros e sem rodeios. A culpa não pode morrer solteira, nem a final da Champions, ao contrário do que o Secretário de Estado do Desporto afirmou, não foi um sucesso. Foi o espelho daquilo que tem sido o trabalho dos ministérios da Administração Interna e da Secretaria de Estado do Desporto.
A confusão surge desde logo, com a possibilidade de voltar a haver público nos estádios. Primeiro, seria na última jornada, passando para as duas últimas e terminando com a decretada proibição de público. O que levou a tudo isto?
A sucessão de acontecimentos e o enorme coro de críticas que se juntou na altura. Pode o Ministro da Administração Interna, dizer que não tem responsabilidade. Tem sim. Não só a nível de má coordenação, como também, a nível de comunicação.
A comunicação é muitas vezes crucial para o sucesso das operações e para a gestão governamental. O governo falhou redondamente na comunicação. A Ministra da Presidência admitia público, o Secretário de Estado do Desporto afirmava o oposto e o Ministro da Administração Interna fazia de conta que não era nada com ele.
Depois dos acontecimentos em Lisboa já todos sabíamos que não iria haver público. Como diz o povo: casa roubada, trancas à porta,
Por último, recebemos a notícia de que a final da Champions, seria em Portugal, no Estádio do Dragão. É algo positivo para o país!
Contudo, o governo manchou a pintura quando afirmou que os ingleses viriam em bolha e que viriam e iriam no mesmo dia. Esqueceu-se foi de precaver o turismo antecipado. É óbvio que ninguém controla o número de pessoas que entram no país- Mas exige-se uma coisa: bom planeamento. Não houve claramente um bom planeamento.
Mais, a colocação de um ecrã gigante, é por si só, convidativo a ajuntamentos. Não quero ser mais papista do que o papa mas, alguém tem responsabilidades nos dois acontecimentos. Por isso, tem de haver consequências. Neste momento, o país corre o risco de ter de dar passos atrás devido a mais uma desastrosa gestão governamental.
É um péssimo sinal.