Carlos Cunha, treinador do Lank FC Vilaverdense considerou o Montalegre uma das melhores equipas da série mas ao mesmo tempo mostrou-se confiante que a equipa vai dar seguimento ao triunfo conseguido em Cerveira na última jornada do Campeonato de Portugal.
Que Montalegre espera este domingo?
O Montalegre é uma das melhores equipas da nossa série, estamos à espera de dificuldades, mas o nosso objectivo é entrar no jogo para ganhar, sem perder a noção de que o adversário tem valor.
É uma equipa com uma excelente proposta de jogo, com jogadores tecnicamente evoluídos, laterais que projectam, um meio campo de muita qualidade, centrais com muita experiência e um guarda-redes jovem com muita competência que pertence aos quadros do Paços de Ferreira. Por isso, temos noção do que vamos encontrar. Mas isso não muda o que é a nossa identidade. Aliás, Mas com excepção do Pedras Salgadas todas as equipas jogaram aqui com uma linha de cinco defesas. Isso demonstra respeito.
A vitória em Cerveira foi importante até pela semana atribulada que o grupo passou?
Foi no sentido de dar resposta às semanas menos conseguidas em termos de resultados, mas em nenhum momento fiquei transtornado com a atitude da equipa, que tem trabalhado muito em todos os jogos. O problema não tem sido esse, mas sim com a eficácia, ou seja, a capacidade de não fazer golos e de não os sofrer. Espero, em termos de compromisso e atitude, a mesma equipa que temos sido. Em nenhum momento atirei descontentamento para cima da equipa por falta de atitude.
Que significado teve aquele abraço ao Rui Faria em Cerveira?
Foi um momento feliz para o fotógrafo, não estava à espera e nem queria esse protagonismo. O mais importante foi o transmitir a confiança que sentimos no Rui e nos outros jogadores para eles perceberem que não nos é alheio aquilo que nos fizeram.
Foi a primeira vez que vi um jornal da noite, de um dos principais canais de televisão, com um jornalista consagrado, focar uma infelicidade de um jogador, repetindo várias vezes o nome dele. Percebo que vivemos num mundo globalizado e mediático e a notícia é muito importante, mas às vezes é preciso pensar nas pessoas. Gostava que esses senhores que fizeram isso que no domingo tivessem a decência de terem dado a notícia do golo do Rui em Cerveira.
O Rui deu-nos três pontos e na semana passada não nos tirou nenhum, teve sim uma infelicidade. É triste que a imprensa viva destes momentos. No momento difícil para toda a sociedade em que as pessoas estão confinadas a fazer enormes sacrifícios, só realçam o mau e não o bom. Essas pessoas deviam ter vergonha. Uma certeza tenho é que no meio disto tudo ficamos mais fortes.