Vários clubes do Campeonato de Portugal mostraram-se contra o adiamento da jornada deste fim-de-semana, por decisão do Governo e da Direção Geral de Saúde (DGS), na sequência das medidas impostas para suster a vaga pandémica da Covid-19 que assola Portugal.
Numa ação conjunta e que rapidamente teve eco e se propagou pelas redes sociais, os 42 signatários – entre os quais se incluem os emblemas minhotos do Maria da Fonte, Berço, Fafe e Cerveira – falam de uma «discriminação sem paralelo» e lamentam a «falta de respeito para com atletas, dirigentes, sociedades desportivas e centenas de patrocinadores».
«Nada nos move contra os desportos automobilísticos nem contra as ondas da Nazaré, mas sim contra a tomada de posição escandalosa do Governo com a conivência da DGS. É uma autêntica discriminação sem paralelo na história do desporto nacional e uma falta de respeito para com os atletas, dirigentes, sociedades desportivas e centenas de patrocinadores que num ano delicado reuniram esforços para fomentar o desporto», pode ler-se no comunicado.
«Temos assistido a um tomar de medidas completamente avulsas e que colocam em causa o futuro do desporto em Portugal. Não falamos apenas de futebol, mas sim de desporto. Ainda está na memória de todos quando a DGS nos disse taxativamente, no dia 22 de março de 2020, que não recomendava o uso de máscaras porque transmitiam uma falsa sensação de segurança e hoje, 30 de outubro de 2020, somos obrigados a usá-las por lei, podendo mesmo ser multados. Somos ainda confrontados com quarentenas obrigatórias tendo apenas um caso positivo de Covid-19 e diariamente assistimos a situações bem mais preocupantes que têm tratamento diferenciado. Ninguém se entende e, sobretudo, ninguém entende», acrescenta a nota, repudiando a tomada de decisão governamental.
«Estamos a acabar com o desporto que é um direito constitucional! Ninguém calará a nossa revolta. O futebol não merece ser tratado desta forma quando tem sido um exemplo para a nossa sociedade e quando ano após ano tem levado o nome do nosso país ao topo do Mundo», lembram os 42 subscritores, terminando o comunicado com um apelo aos decisores políticos: «Será determinante que o Governo e a DGS oiçam a FPF e as Associações e que terça e quarta-feira (3 e 4 de novembro, respetivamente) seja possível realizar todos os jogos adiados.
Somos centenas de clubes, milhares de profissionais e milhões de apaixonados. Estamos preparados para ir até às últimas instâncias para defender os nossos direitos e exigimos que estas datas sejam cumpridas. Os clubes, esses, lá se apresentarão para jogar».