Com o novo confinamento, o futebol de formação voltou a parar na já sua escassa atividade.
Se é verdade que algo teria de ser feito perante o agravamento da situação, não menos verdade é o facto de não se compreender a razão pela qual o futebol de formação continua a levar por tabela.
Concordo que as escolas se mantenham abertas, mas discordo que os atletas não possam competir uma vez que têm aulas de educação física, andam em transportes públicos e convivem na comunidade escolar.
Há ainda outro ponto a analisar. Se há confinamento, a verdade é que também há mais de cinquenta exceções. Locais como cafés, bares estão encerrados e, por isso, os miúdos convivem nas escolas, nos locais públicos e ao ar livre. Também não há evidências de contactos abundantes no meio de futebol.
Já é muito difícil para os clubes a crise que atravessam.
Os apoios quaisquer que sejam, serão sempre escassos uma vez que as receitas quer por falta de público nos estádios quer pela não competição, caem brutalmente.
A formação será fundamental para os clubes colmatarem essas quebras de receitas e dar a volta por cima.
Parar a formação é encalhar o futuro e, mais do que isso, retirar a motivação dos atletas e daqueles que se querem envolver no mundo do desporto.
Há também que ter em conta o facto de ser muito difícil para estes miúdos, estar longe das suas famílias, amigos e não poderem ter uma vida dita normal.
Todos estão dispostos a fazer sacrifícios. Agora, tem de haver coerência, transparência e equidade nas decisões que se tomam.
Se queremos resolver os problemas e não desmotivar, temos de dar sinais positivos para a sociedade e, neste caso, para os atletas, principalmente na idade da pré e adolescência que, como sabemos, é uma fase por si só complicada.
Caminhemos juntos e, acima de tudo, deixemos os jovens serem felizes e sonhar!
Não exijo que haja campeonato. Peço apenas e só que se dê a estes jovens, a oportunidade de competir para que não percam a motivação, o ritmo, a saúde física e principalmente a saúde mental.
Sejamos realistas, maduros e proativos nas decisões que tomamos!
Todos ficam a ganhar a curto, médio e longo prazo!
Haja, por isso, bom senso e sentido de responsabilidade