“Barco do amor” leva Vila Verde a Estação Náutica de Portugal 

O “barco do amor” – uma canoa pintada com os motivos dos Lenços de Namorados – foi o centro das atenções na Bolsa de Turismo de Lisboa, assinalando a certificação do concelho de Vila Verde como Estação Náutica de Portugal, numa cerimónia pública presidida pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

«A certificação e a adesão de Vila Verde à rede de Estações Náuticas de Portugal vêm consolidar a aposta estratégica na valorização do património riquíssimo do concelho como motor de desenvolvimento sustentável e com um impacto determinante para a qualidade de vida do nosso território», sustentou a presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes.

O exemplo de Vila Verde, pelo «trabalho continuado e integrado de potenciação dos recursos endógenos associados às tradições e marcas da identidade cultural do concelho», foi reconhecido pela ministra Ana Abrunhosa, salientando as «mais-valias que diferenciam e reforçam a capacitação dos territórios, designadamente ao nível da economia e de forma particular no turismo».

A governante apontou também como referência a canoa pintada especialmente para o evento com os motivos dos Lenços de Namorados e que resultou de um desafio lançado à autarca Júlia Fernandes pelo dirigente da Fórum Oceano, António José Correia. O chamado “barco do amor”, pintado à mão pelas artesãs Fátima Mendes e Lucília Dantas, foi transportado pelo campeão mundial de maratona em canoagem, José Ramalho, e pelo presidente do Clube Náutico de Prado, Horácio Lima.

RECURSOS HÍDRICOS

Numa jornada que contou ainda com a presença das bordadeiras da Aliança Artesanal e acções de promoção no espaço “Amar o Minho”, dinamizado pela CIM Cávado – inserido na área do Turismo Porto e Norte de Portugal –, Júlia Fernandes salientou o trabalho que tem sido efetuado na área do turismo de natureza, sempre com a tónica na sustentabilidade.

Nesse âmbito, a autarca destacou a atenção para a «valorização o património natural do concelho e os recursos associados à água, como os rios Cávado, Homem e Neiva e as margens, as diversas ribeiras, praias fluviais e a paisagem envolvente».

Acompanhada pelo vice-presidente Manuel Lopes, a presidente do Município de Vila Verde deu ainda conta do plano de investimentos e construção de um leque de infraestruturas e equipamentos, como a Ecovia do Cávado e do Homem, a Rede Municipal de Trilhos, o futuro Parque da Vila, a Praia do Faial e áreas de lazer fluviais, entre outros).

Júlia Fernandes assumiu que a adesão de Vila Verde à rede de Estações Náuticas visa também «reforçar o trabalho de qualificação e diversificação da oferta turística e da atractividade do território, de forma a contribuir igualmente para a melhoria da qualidade de vida das populações locais».

Nesse âmbito, a autarca destacou a «importância do trabalho em rede, com o envolvimento de diferentes parceiros e agentes de desenvolvimento, das empresas às instituições, associações e autarquias locais, fazendo uma referência especial ao Clube Náutico de Prado».

ESTAÇÕES NÁUTICAS

As Estações Náuticas de Portugal são um projecto desenvolvido pela Fórum Oceano, em cooperação com a Associação Empresarial de Portugal, que visa «potenciar os recursos marítimos e fluviais do país, procurando agregar um conjunto de entidades locais e regionais identificadas com um território».

O processo envolve as administrações locais, entidades regionais e locais de turismo, clubes náuticos, marinas e portos de recreio, operadores marítimo-turísticos, estabelecimentos hoteleiros e de restauração, entre outros, devidamente organizados em rede e seguindo um protocolo de ação validado pelos intervenientes.

As Estações Náuticas constituem um modelo que apresenta um conjunto de «virtualidades» para as organizações envolvidas e respectivos territórios, nomeadamente no que diz respeito à «diversificação da oferta turística, combate à sazonalidade, aumento do gasto por visitante, imagem de referência e qualidade, promoção conjunta de produtos turísticos a nível internacional».

Actualmente existem 29 estações náuticas portuguesas ao longo da costa, em rios, lagos e albufeiras de barragens. A rede envolve cerca de 1.200 parceiros, 63 % dos quais são empresas de animação turística e operadores marítimo-turísticos, agências de viagens, alojamento local, empreendimentos turísticos, restauração, entre outras.