O Presidente do SP Arcos, Manuel Rocha, acusa a claque do GD Joane de «agressões» a vários elementos do clube, no jogo do passado domingo, no Estádio de Barreiros.
Segundo o dirigente, a empresa de segurança fez «vista grossa» enquanto assistia às alegadas agressões a elementos do clube bracarense e, por isso, acusa-a de «irresponsabilidade total».
«Começou tudo com um adepto que atirou uma bola contra o nosso jogador junto à linha lateral, o que gerou uma reação natural do nosso atleta. O árbitro, sem hesitar, solicita ao chefe de segurança presente no local que identificasse o adepto em causa.
Passada esta situação, ao intervalo e à saída para os balneários, os nossos jogadores foram o alvo dos adeptos do Joane. Atiraram-lhes garrafas de água, deram-lhes pontapés, cuspiram-lhes e houve um clima evidente de intimidação e desrespeito. Uma coisa muito feia», relatou Manuel Rocha ao Diário do Minho.
«Já no balneário, o árbitro reuniu com o chefe de segurança e com os delegados ao jogo e disse-lhes que só recomeçaria o jogo com a presença da GNR. No entanto, o chefe de segurança responsabilizou-se em como a situação não se iria repetir, pedindo-lhe até que o adepto não fosse identificado porque era seu amigo. O jogo recomeçou sem a presença da GNR», conta o dirigente.
«O que é certo é que no final do jogo as coisas ainda foram piores do que as que presenciámos na 1.ª parte e ninguém, nem a direção do Joane nem a segurança, fez nada. Aliás, tinham lá dois miúdos na zona da claque e um deles era menor», acusou, descrevendo como o «triste episódio» abalou o plantel. «Vi jogadores nossos de lágrimas nos olhos no balneário, traumatizados com aquela violência toda e ninguém a defendê-los. Foi feio, muito feio!», rematou.
Queixas às autoridades
Ainda de acordo com Manuel Rocha, já no exterior do estádio, os dirigentes do S. Paio d’Arcos foram «vítimas da ira da claque do GD Joane».
«Não contem comigo para isto. Já expusemos o caso ao Conselho de Disciplina da AF Braga e vamos apresentar queixa à Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto. Felizmente, o árbitro viu tudo o que se passou e acredito que vai estar exposto no seu relatório», finalizou.
Versão do Joane
Ao mesmo jornal, Meira, diretor desportivo do Joane, diz que «não houve qualquer tipo de violência física».
«É bom que fique registado que o nosso clube condena qualquer ato de violência, seja ela qual for.
Houve, de facto, uma atitude que condenámos por parte de um adepto do GD Joane, que atirou a bola com força excessiva com a intenção de acertar no jogador [do SP Arcos].
No entanto, foram, de imediato, tomadas medidas pelos nossos responsáveis e o adepto em causa foi convidado a sair do estádio. Depois, à saída para os balneários e na zona do túnel, houve um clima um pouco tenso, habitual em jogos deste tipo, entre duas boas equipas e que querem ganhar, algumas trocas de “bocas”.
Mas, sublinho, não houve qualquer tipo de violência física. Não aconteceu nada de especial e estamos totalmente disponíveis para divulgar os vídeos que temos sobre o que realmente aconteceu», resumiu.