Alonso terminou esta época o seu primeiro ciclo de formação. O capitão do Lomarense Ginásio Clube faz um balanço positivo do campeonato e diz que a equipa estava pronta para atacar o segundo lugar no campeonato. O médio da formação bracarense destaca ainda a «qualidade» e «intensidade» de jogo que a equipa conseguiu impor na maioria dos jogos.
Há quantos anos joga no Lomarense?
Represento o Lomarense GC há cinco anos, ou seja, desde o segundo ano de iniciado, quando a formação Sporting se mudou para cá. Joguei na Academia desde os tempos do Palmeiras, mas como central. Actualmente jogo a médio defensivo. No entanto, devido ao facto do mister Gel utilizar um duplo pivô subiu mais um pouco no terreno.
Que avaliação faz das condições do clube?
Temos um grande apoio não só do nosso director, o senhor Toni, que já nos acompanha há muito tempo, bem como do Presidente e de toda a comunidade da Freguesia, já que grande parte da equipa é desta zona e já jogamos todos juntos há algum tempo. É este ambiente de proximidade que mais aprecio e me fez estar aqui todos estes anos.
Que balanço faz da equipa no campeonato?
Gostei muito da prestação da equipa este ano. Tivemos jogos melhores, outros não tão bem concebidos, mas acho que impusemos muitas vezes um futebol atacante bastante fluído. Defensivamente, acho que também fomos evoluindo muito ao longo da época, sobretudo nas bolas paradas. Mas uma coisa que efectivamente queria destacar era a intensidade que o mister impunha nos treinos e que depois se transportava para os jogos.
Foi dentro do perspectivado ou ficou aquém das expectativas?
O nosso objectivo sempre foi subir de divisão e, acima de tudo, aproveitar para crescer como jogadores, evoluir individualmente a nível táctico e técnico. Creio que ainda tínhamos muito para dar neste campeonato, pois faltavam muitos jogos para disputar. Na taça acabamos por ter azar com o Vizela. Foi um jogo bem disputado, onde a vitória podia ter caído para qualquer lado. Também gostei da promoção que o mister fez de elementos juvenis que foram mais-valias e que vão dar sequência ao nosso legado para o ano.
Individualmente, assumir o papel de capitão no balneário foi uma boa experiência. Procurei sempre integrar os mais novos que vinha com vontade de lutar por um lugar na equipa.
- Competitividade estimulou o nosso trabalho
O campeonato foi competitivo?
A nossa série tinha bastante qualidade individual e equipas bem organizadas. No entanto, foi também esta competitividade que estimulou o nosso trabalho e que nos motivou a querer sempre mais. Como conversei muitas vezes com o mister Gel, as equipas mais constantes iriam estar lá em cima. Essas teriam de ter um núcleo duro e forte, com um plano de jogo bem definido. A qualidade deste campeonato ficou provada nos jogos, que foram sempre bem disputados por equipas com valor para jogar em divisões superiores.
Quais as melhores equipas?
Já conheço muitas destas equipas há muitos anos e notei uma grande evolução em quase todas elas. No entanto, gostaria de destacar o Celeirós, que apesar do resultado negativo contra a nossa equipa, proporcionou um dos melhores jogos do campeonato, e também o FC Amares e o Dumiense, com quem ainda íamos jogar na segunda volta. O Este também estava a fazer um campeonato bastante interessante e tinha uma dinâmica ofensiva muito boa.
E como reagiram quando souberam que não iam jogar mais?
A notícia foi recebida com tristeza, como qualquer outra equipa que queria dar continuidade ao campeonato. Inicialmente, ainda pensamos que iríamos retomar os jogos, mas com o agravar da situação, por muito que nos custasse, fomos tomando consciência que não era possível continuar. Não sei as repercussões que terá no futebol jovem ou se para o ano poderemos continuar a jogar. Mas, nesta altura, a preocupação vai para além dos relvados e o importante é combatermos esta pandemia.
- Era apenas um ponto que nos separava do segundo lugar
Que opinião tem sobre a reestruturação dos campeonatos e que ditou a subida de várias equipas?
Fiquei surpreendido. Não estava à espera que a Associação mudasse de opinião. Enquanto atleta, acho que é uma decisão justa para as equipas que fizeram um bom percurso nos campeonatos e que tinham uma grande diferença pontual. No entanto, fico com um sabor amargo de não podermos lutar pela subida que estava tão perto e com tanto ainda por decidir. Era apenas um ponto que nos separava do segundo lugar…
Como se tem adaptado a estes tempos de pandemia?
Têm sido um desafio à nossa resiliência, mas procuro sempre tirar algo produtivo. No início, o mister Gel, em parceria com alguns profissionais seus amigos, deu-nos tarefas diárias, que mesmo com o encerramento dos campeonatos procuro manter para não descurar a forma física. Tento também estudar e assistir as aulas no computador, uma vez que a Universidade está encerrado. Acabo por passar muito tempo com a minha família, coisa que era difícil . Acima de tudo é um tempo de reflexão e de cultivo próprio.
- De Jong e Daniel Bragança
Qual o jogador que mais aprecia no futebol?
Tenho tendência para apreciar jogadores que jogam nas minhas duas posições. O meu favorito acaba por ser o De Jong do Barcelona, que tal como eu começou como central na formação e depois passou para trinco.
Gosto da simplicidade com que coloca a bola rolar e a elegância nas fintas de corpo.
Em Portugal, gosto do Daniel Bragança, jogador que eu acompanho há muito tempo e que tem tudo para dar continuidade à época brutal que estava a fazer na segunda divisão e também o Mathieu.
Qual é o seu clube?
Sou sportinguista. Este amor foi me passado pelo meu pai e avô. Aguardo com expectativa a próxima época, espero que apostem na formação, não só pela qualidade formada mas também pela crise desportiva que se aproxima. Com bons ou maus resultados, este amor pelo Sporting vai acompanhar-me toda a vida.