«Acho que podemos competir com dignidade»

Roger Pinheiro foi o treinador escolhido pelo Vilaverdense FC SAD para dar continuidade ao projecto da equipa feminina, que está a correr contra o tempo para tentar apresentar uma equipa competitiva que «honre os pergaminhos» do clube na I Divisão Nacional. Com menos de um mês de trabalho, a equipa apresentou-se no jogo com o Racing Power – primeiro da época – apenas com 12 jogadoras seniores.

«Posso dizer que na minha carreira de treinador, que já é longa, este é o meu maior desafio. Fui um pouco levado pela parte emotiva, pois sou desta região e sempre acompanhei de perto o trabalho do Vilaverdense no futebol feminino e senti que podia ajudar o clube nesta fase difícil», contou ao nosso jornal Roger Pinheiro.

«Na altura em que falaram comigo, há cerca de um mês, ainda sem qualquer atleta sénior no plantel, disse-lhes que primeiro tínhamos de formar um plantel, pois sem jogadoras não valia a pena ter um treinador», juntou o técnico, de 46 anos, que já trabalhou em clubes como Pico Regalados, Casa do Povo de Martim, SC Braga, Varzim e Gil Vicente.

«A conta-gotas as jogadoras estão a chegar, temos trabalhado com as atletas juniores, mas sabemos que ainda estão numa fase de formação e para uma Liga BPI a este nível ainda têm muito que crescer. Até mesmo para as proteger, porque não seria bom expô-las a este nível», explicou.

Roger Pinheiro diz que a equipa terá de «sobreviver até Dezembro», altura em que reabrem as inscrições.

«Temos neste momento 12 jogadoras seniores com alguma experiência. Fomos apanhando aquilo que estava disponível. Para termos aqui estas 12 atletas contactei mais de 100. No entanto, sei que podemos competir com dignidade, quer para as atletas, quer para o clube e para a própria competição», expôs.

No entanto, o técnico sublinhou que os primeiros jogos vão ser muito complicados. «Os nossos adversários fizeram os plantéis a tempo e horas, todos começaram a trabalhar em meados de Julho e nós apenas em Setembro. Temos logo três jogos – Racing Power, SC Braga e Valadares – no espaço de uma semana, com pouco tempo de trabalho e um plantel curtíssimo. Se quiser fazer as cinco substituições se calhar não vou conseguir», explicou.

Descem mais equipas
Roger Pinheiro disse ainda que o objectivo é a permanência na I Divisão e elogiou as jogadoras pela «coragem» que tiveram em aceitar jogar no Vilaverdense FC.
«Mas vai ser muito difícil a equipa manter-se nesta divisão, pois no próximo ano a Federação vai reduzir o número de equipas para 12. Por isso, este ano vão descer três equipas de forma directa e mais uma no play-off. Vai ser um grande desafio», completou.