A disciplina do futebol e futsal no distrito de Braga

A exibição de cartões em jogos de futebol ou futsal são um indicador muito forte no que diz respeito ao reflexo do ponto de situação da disciplina, ética e fair play. Após uma revisão minuciosa aos mapas de castigos da Associação de Futebol de Braga, referentes à época desportiva 2018/19, que abarcam as punições disciplinares desde o futebol e futsal sénior ao futebol e futsal de formação (do comunicado n.º 10 de 06 de julho de 2018 até ao comunicado 617 de 28 de junho de 2019), fiquei com uma impressão “assombrada” sobre os comportamentos disciplinares dos atletas, treinadores e dirigentes, que somam respetivamente 2219 cartões vermelhos exibidos a jogadores e 630 castigos a agentes (treinadores e dirigentes).

Os cartões exibidos a jogadores dividem-se em situações consignadas, respetivamente nos artigos do Regulamento Disciplinar, 120.1 (agressão a outro jogador em jogo; 123.1 (uso de expressões ou gestos ameaçadores); 125.1 (jogo violento e outras faltas intencionais); 125.2 (jogar a bola com a mão); 128.2 (cartão vermelho por acumulação de amarelos). Relativamente aos castigos a treinadores e dirigentes, os mesmos são fundamentalmente por violação do artigo 98.º (ameaças, injúrias e ofensas à reputação).

Os cartões amarelos e vermelhos são utilizados para indicar aos atletas uma determinada punição pela sua conduta dentro do jogo. No futebol, o surgimento dessa regra trouxe mais organização e estabilidade para o árbitro exercer sua função. Antes disso, qualquer irregularidade de um atleta era penalizada apenas verbalmente, facto que geralmente causava inúmeras confusões.

O idealizador dos cartões foi o ex-árbitro inglês Ken Aston (1915-2001). Na época membro do conselho de arbitragem da FIFA. Ele sugeriu a entidade máxima do futebol a adoção de um instrumento de punição com linguagem universal.  Aston usou como argumento a confusão no jogo entre Inglaterra e a Argentina, na Copa do Mundo de 1966, quando o jogador Antonio Rattín foi expulso, mas negou-se a sair de campo alegando não entender o que árbitro alemão Rudolf Kreitlein queria dizer.

Assim, ficou estabelecido a criação do cartão amarelo, para infrações leves, e vermelho, para a expulsão imediata do jogador, já para a Copa do Mundo de 1970.

 

Oficialmente, o primeiro cartão amarelo da história foi aplicado no jogo do México contra a União Soviética. Logo no minuto 1 de jogo, o árbitro alemão Kurt Tschenscher advertiu com cartões os jogadores Gustavo Pena (Méx), Givili Nodia e Gennadi Logofet (URSS) depois de uma discussão.

Os indicadores estatísticos, acima referenciados, são uma demonstração que muito há por fazer no que concerne aos valores e respeito pelos intervenientes no jogo de futebol e futsal pelo que fica o repto para que os dados da época que aí se avizinha consigam ser melhores em defesa de uma modalidade que é o fio condutor do desporto em Portugal.

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