A posição de guarda-redes é muito específica e exige uma grande capacidade de superação, automotivação e requer um grande esforço mental.
A gestão de guarda-redes num plantel deve ser muito bem definida e estruturada a médio e longo prazo. Há três aspetos que considero fundamentais que devem ser tidos em conta: competitividade, força mental e aposta na formação.
Competitividade: é fundamental que se consiga encontrar dois guarda-redes com qualidade elevada e que possam ser titulares indiscutíveis para que possam criar entre si uma rivalidade saudável e, com isso, trazer maior qualidade e competitividade ao grupo.
Olhemos para a força mental. Os guarda-redes devem ser moldados a terem um grande equilíbrio mental e força de liderança para poderem transmitir ao setor mais recuado uma maior segurança e maior coordenação!
Um guarda-redes forte mentalmente e com grande espírito de liderança, transmite, não só a si, mas também ao grupo, uma maior tranquilidade e segurança!
No que toca à aposta na formação, sou da opinião que num plantel não devem existir mais do que três guarda-redes, sendo que o terceiro deve ser da formação!
É importante que assim seja porque, a meu ver, traz uma maior capacidade ao jovem da formação de evoluir e conseguir uma maior motivação para trabalhar e crescer tecnicamente e, com isso, ser aposta a médio prazo!
Um conjunto de um grupo de guarda-redes forte, faz com que o mesmo seja rico no seu potencial e renda a curto, médio e longo prazo!
Para mim, todos têm a mesma importância e, por isso, não há guarda-redes de primeira, segunda e terceira opção!
Nos tempos que correm é fundamental um guarda-redes ter uma grande capacidade de liderança e segurança em si próprio.
Com as equipas a jogarem cada vez mais com os seus blocos subidos, os guarda-redes acabam por estar mais expostos, assim como toda a linha defensiva.
Se um guarda-redes for forte mentalmente, tiver um bom espírito de liderança, conseguirá ao longo do jogo transmitir segurança e organização no setor defensivo.
Não é de todo uma posição fácil de trabalhar. É das mais ingratas no futebol. Não só porque só joga um mas, também, porque exige uma maior capacidade de leitura de jogo e de maior força mental.
Considero fundamental um guarda-redes ter um bom jogo de pés, agilidade na abordagem ao jogo e ser um porta-voz de tranquilidade na equipa.
É extremamente difícil trabalhar um guarda-redes no seu todo. Não só porque nem todos são opção, mas porque um simples erro está sujeito a uma maior crítica.
Por vezes, o trabalho mais importante de um guarda-redes não é só na execução técnica, mas, principalmente, na forma como está em jogo e como se protege a si e à restante equipa.
Podemos achar que um trabalho com um guarda-redes é dos mais fáceis. Não é. Pelo contrário, é dos mais complexos. São treinos mais específicos, mais exigentes a nível físico e de leitura de jogo.
De um guarda-redes espera-se espírito de superação e resiliência.
Se um guarda-redes souber juntar esses ingredientes à sua técnica, será certamente mais completo no desempenho do seu papel.
A chave para o sucesso está na capacidade de saber esperar e, ao mesmo tempo, evoluir para depois agarrar o lugar na primeira oportunidade que surgir.