O começo de um novo ano é propício para um reorganização e melhoramento de a nível de definição de caminhos e de objetivos. No futebol isso não é exceção.
Há pontos fundamentais que devem ser revistos e melhorados. É fundamental que quem tutela esta área procure, em conjunto com outras entidades, promover uma aproximação entre o desporto e a sociedade. Neste ponto, debater temas associados ao saber estar, à formação e ao desenvolvimento de estruturas é fundamental para que se crie uma maior proximidade entre a sociedade e as diversas estruturas ligadas ao desporto.
A promoção de iniciativas que procurem elucidar sobre o trabalho a nível de escalões de formação é importante para que os pais e encarregados de educação percebam como se faz um caminho de formação e qual o papel que os mesmos podem ter nas mais diversas etapas formativas.
Há outros aspetos que devem ser refletidos e melhorados.
O processo de formação de treinadores e dirigentes desportivos deve ser uma das linhas orientadoras para quem tutela a área do desporto. Tem sido feito um caminho, mas, ainda assim, parece ser demasiado curto e pouco ambicioso em várias vertentes.
Obter o curso de treinador continua a ser uma espécie de uma corrida no deserto.
Do tempo que demora até ser aprovado, passando pelos custos e terminando nas garantias, há vários entraves que fazem com que se desista de avançar para essa mesma formação. Não basta só olhar para o processo formativo ligado aos treinadores. No que toca a dirigentes desportivos, o caminho é ainda mais longo e desafiante.
Em muitos clubes existem boas estruturas físicas, mas que não são acompanhadas por uma boa estrutura diretiva. É importante haver boas estruturas humanas para que, a par das estruturas físicas, se procure delinear um caminho que leve a uma maior e melhor consolidação dos clubes.
É necessário criar bases sólidas que permitam que quem trabalhe na formação tenha um projeto ambicioso a curto, médio e longo prazo. Muitas vezes exigem-se resultados no imediato. Isso só é possível se houver condições a nível de estruturas físicas, mas, mais importante do que isso, que os dirigentes e treinadores procurem desenvolver um projeto em conjunto que permita ir ao encontro da realidade do clube, das equipas dos diversos escalões e com um olhar para uma maior abertura dos clubes à sociedade.
Se queremos atrair gente, é fundamental termos as portas abertas e não clubes fechados em si próprios. Claro que ter as portas abertas pressupõe a criação de iniciativas que levem as pessoas a entrar nas instalações dos clubes, mas, ao mesmo tempo, a criação de regras no que toca aos treinos.
Pode-se ter treinos abertos, mas com determinadas regras e, os mesmos, devem ser exceção e não uma regra. Até porque os treinos abertos podem ter um efeito contrário e prejudicar as equipas técnicas no seu trabalho.
Neste ponto, é determinante haver um diálogo e ações de formação para que os pais e encarregados de educação percebam quais são os mecanismos e o papel importante que podem ter no desenvolvimento do clube, da equipa e dos próprios atletas.
No que diz respeito à arbitragem, o debate é muito mais completo. O mesmo tem de ser feito em conjunto com as associações e os conselhos de disciplina de forma a estabelecer regras mais transparentes e condizentes com a atualidade.
É fundamental que se procure passar a mensagem que os árbitros são parte ativa no desporto e, mais do que isso, parte ativa na formação de atletas.
Que o ano novo traga novos desafios, mas, acima de tudo, uma maior convergência entre os diversos organismos ligados ao desporto!