José Esteves fez praticamente todo o percurso formativo no FC Porto, de onde saiu no primeiro ano de júnior para o vizinho Boavista. E no Bessa as coisas até estavam a correr bem ao jogador, mas a meio da primeira época sofreu uma lesão e acabou por ser operado por duas vezes ao joelho (ligamento cruzado anterior), o que o afastou da competição para o resto do seu processo formativo.
Regressou ano e meio depois aos relvados pela porta do FC Felgueiras e no ano seguinte rumou aos açorianos do SC Praiense. Pelo meio ficaram algumas falsas promessas de alguns empresários, o que levou José Esteves a repensar a sua forma de estar no futebol. Foi então que, aos 22 anos, decidiu jogar no Ribeira do Neiva, clube da sua terra de origem, onde esteve nas duas últimas épocas, até aceitar o convite do Rendufe FC.
«É um clube que está a crescer, que se quer estabilizar nesta divisão. E o facto de também ter aqui colegas que conheço, assim como ao mister Xiço, levou-me a aceitar este desafio e acreditar que pode correr tudo da melhor maneira», contou ao nosso jornal José Esteves.
«O ano passado, como toda a gente sabe, foi desgastante. E senti que estava na altura de mudar de ares, ter outras sensações, claro que o facto de o Ribeira do Neiva ter descido também pesou um pouco na minha decisão, mas não foi a razão principal da minha saída do clube», juntou o médio, que avaliou os primeiros jogos do Rendufe na série A da Divisão de Honra.
«São sempre jogos complicados, as equipas ainda se estão a conhecer. Mas é nestas partidas que percebemos onde estamos bem e onde temos de melhorar. Ainda não perdemos, temos uma vitória e dois empates, penso que estamos no bom caminho. Se podíamos ter feito melhor? Penso que sim, mas tivemos alguns contratempos com jogadores lesionados e outros de férias, que regressaram há pouco tempo. Acredito que com o decorrer do campeonato a equipa vai evoluir, crescer e praticar um futebol com mais qualidade e atractivo», apontou.
Quanto às metas do Rendufe FC para a nova época, José Esteves diz que é importante o clube estabilizar para começar a ganhar raízes na Honra. «O Rendufe estreou-se na época passada nesta divisão, por isso era importante que conseguisse rapidamente a permanência. Isso vai permitir à equipa olhar para o resto do campeonato de outra forma e, quem sabe, lutar pelos primeiros lugares, pois temos qualidade para isso. Mas com isto não quero dizer que somos candidatos à subida», expressou.
Médio diz que o plantel é «muito competitivo»
«Não há titulares indiscutíveis»
José Esteves foi titular nos três primeiros jogos do Rendufe FC para o campeonato, que resultaram numa vitória em Porto d’ Ave e dois empates, em casa com o Viatodos e fora com o Maximinense. Apesar de ter merecido a confiança do treinador neste arranque de campeonato, o médio diz que «não existem titulares» na equipa do Rendufe. «Qualidade não falta neste plantel, sem dúvida, é uma equipa bastante competitiva e temos de trabalhar muito para entrar no onze inicial. Não há titulares indiscutíveis. O mais importante é que todos estejam a remar para o mesmo lado e a pensar sempre que o mais importante é o colectivo e, claro, ganhar o próximo jogo para que o Rendufe consiga rapidamente a permanência», atirou.
Assédio da Pró-Nacional
«Achei que era o melhor para mim»
Antes do arranque do campeonato, José Esteves foi abordado por dois clubes que militam na Pró-Nacional para saber qual seria a sua disponibilidade para deixar o Rendufe. «É verdade, tive dois clubes que me ligaram, mas gosto de falar com a minha mãe, que sempre me acompanhou, com o meu irmão que também já passou por isto e, em conjunto, achamos que o Rendufe era o melhor clube para mim nesta fase. Mas agradeço o facto desses dois clubes se terem lembrado de mim», explicou.