Ricardo Almeida estreou-se como treinador principal no banco de “Os Alegrienses” na casa do Lanhas, seu anterior clube. O treinador, de 31 anos, natural de Peso da Régua, disse ao nosso jornal que está preparado pare este «novo desafio» ao serviço de um dos históricos clubes da AF Braga. Ricardo Almeida não prometeu a subida de divisão, mas sim construir equipa «ambiciosa», com um «futebol positivo» e que lute em «todos os jogos pelos três pontos».
Como tem sido a sua primeira experiência como treinador principal?
Tem corrido bem. Foi uma transição fácil. No Lanhas, o mister Cristiano Ferreira também me permitia ter uma relação próxima com os jogadores. Aqui foi só colocar em prática as ideias que tinha em mente, condizentes com as características do plantel. Estamos numa fase ainda da iniciação, de aquisição de conhecimentos, mas acho que está a correr bem.
Estava na altura de dar esse passo na sua carreira?
Sim, sentia que precisava de descobrir se o papel de adjunto poderia ficar para trás e se o de treinador principal será para manter no futuro. Precisava de descobrir isso.
E o Alegrienses pode ser uma boa rampa de lançamento?
Acho que sim. É um clube que quer continuar a crescer e eu também. Sei que vamos ter dificuldades, mas estamos prontos para dar a volta por cima.
Já começou a sentir a mística do clube?
Não senti ainda totalmente, porque ainda estamos numa fase de aquisição e de conhecimento, mas já consigo sentir que é um clube que já passou por muito, as pessoas trabalham muito para o conseguir manter de pé e são valores que eu respeito.
Foi difícil formar este grupo?
Já tínhamos uma base do ano passado, que fizemos questão de manter, em conformidade também com o Guga, o Flávio e o Presidente. Depois fomos buscar alguns jogadores. O plantel ainda não está fechado, falta-nos ali uma ou outra solução para equilibrar melhor o grupo. Mas neste momento estou satisfeito com os jogadores que temos.
Que Alegrienses vamos ter com o Ricardo Almeida?
Nunca posso prometer vitórias. Aquilo que posso prometer é que os jogadores vão estar sempre focados do início até ao fim e tentar fazer o máximo possível para ganhar os jogos. E se por acaso não conseguirmos vencer, nunca sairemos do campo com a ideia de que podíamos ter feito mais alguma coisa. Isso é o que podemos prometer. Uma equipa tranquila, respeitadora – não pode haver faltas de respeito comigo – e de ser capaz de discutir todos os jogos.
Mas o Presidente já disse que quer subir.
Com todo o respeito por todos os clubes, acho que quem está nesta divisão não pode andar a perder tempo. Trabalhámos muito, fazemos muito sacrifícios, as remunerações são baixas, por isso temos de lutar por qualquer coisa, que neste caso é pela subida. O objectivo é tentarmos subir de divisão, mas a maioria dos nossos adversários também parte com esse intuito.
E vai parar a uma série que conhece bem.
É verdade, o primeiro jogo é logo contra a minha anterior equipa. Fiz muitos amigos no Lanhas, também vamos defrontar o Terras de Bouro, clube onde também já trabalhei. É uma série que me vai dizer alguma coisa pelo lado emocional, porque tenho pessoas amigas em muitos clubes. Mas, por um lado, faz-me também perceber que tenho adversários que trabalham muito bem e que só um Alegrienses em boa forma os vai conseguir derrotar. Isso põe-me à prova também.
Há muitos candidatos?
Eu colocava o Lanhas em primeiro, para mim é o principal candidato, até porque no ano passado não subiu por detalhes. Este ano eles querem dar essa alegria aos adeptos. Depois, temos o Ribeira do Neiva, uma equipa que desceu e quer voltar de novo à Honra, o Caldelas, onde no ano passado as coisas não correram tão bem, mas que tem uma equipa muito boa. O Terras de Bouro está-se a reformular, tem um treinador jovem, com boas ideias e também querem crescer. E, depois, também não podemos esquecer o Pico de Regalados, é sempre um adversário difícil. O MJ Póvoa fez um bom plantel e pode entrar nas contas. Durante a época, a equipa que conseguir ser mais regular é aquela que vai cortar a meta no primeiro lugar.
