«O objectivo é devolver o GD Caldelas à Honra»

Miguel Alexandre Costa avança para a segunda época e mais uns pozinhos no comando do GD Caldelas. No ano passado, a equipa falhou o assalto à Divisão de Honra e agora terá a segunda tentativa de voltar a um palco mais apelativo. Na entrevista ao Desportivo, o treinador que já foi campeão nesta divisão pelo GD Gerês assumiu que um clube como o Caldelas apenas pode pensar em «lutar pela subida», mas sublinhou que não partem «obcecados com isso» para a nova temporada.

Quais as metas e objectivos para a nova temporada?
Não podemos fugir da realidade do clube: o objectivo é devolver o Caldelas à divisão em que merece estar, que no mínimo é a Honra. No entanto, o nosso compromisso primeiro é com o trabalho, com a vontade, com o querer ganhar. E se tivermos isso iremos atingir os nossos objectivos. O objectivo é mesmo esse, trabalhar para devolver o Caldelas à Honra, mas sem estar obcecados com isso, vamos pensar jogo a jogo. Por vezes não é bom criar pressão. Mas sabemos a responsabilidade que é treinar o Caldelas, jogar no Caldelas, e que esta divisão não é divisão do Caldelas.

O que é que o Caldelas tem de fazer de diferente em relação à época passada para subir de divisão?
Para já temos que, no mínimo dos mínimos, trabalhar da mesma maneira. Sinceramente, acho que no ano passado não foi por falta de trabalho, a equipa trabalhava bem, trabalhava com vontade, só que muitas vezes chegámos ao jogo e na altura decisiva falhámos. Não podemos ter medo de falhar, nem a pressão de falhar. Nós só temos que confiar em nós próprios, da maneira que eu confio neste plantel e nestes jogadores, entrar dentro do campo, olhar o adversário nos olhos e jogar para ganhar. É isso que temos que fazer. Claro que também temos de melhorar em alguns aspectos tácticos, melhorar a agressividade no bom sentido da palavra, temos que ser mais fortes e temos que melhorar também a qualidade em alguns jogos, porque isso acontece, há jogos bons e maus.  Mas, nesta divisão, quem tiver mais vontade, mais querer, supera a qualidade que possa estar no adversário.

 E gostou dos adversários?
Já estava mais ou menos a contar. É uma série um bocadinho diferente do ano passado. Não querendo faltar ao respeito a ninguém, acho que é a série mais competitiva das seis, com muitos galos para um poleiro. Mas se houvesse apenas um candidato também perdia o interesse. Vamos ter que trabalhar mais que os outros para poder atingir os nossos objectivos. É uma série engraçada.

Foi difícil construir o grupo de trabalho?
Foi uma boa dor de cabeça, se calhar um bocadinho à imagem da época passada. Os jogadores olham sempre para o mapa e dizem que Caldelas fica um pouco longe. Sinceramente, não percebo, porque Caldelas está a 15/20 minutos de Braga, mais coisa, menos coisa. Mas se calhar estar na I Divisão também não ajuda. No entanto, dentro do que precisávamos, renovações e contratações, acho que aos poucos fomos conseguindo o que queríamos. Ainda assim, continua a ser um bocadinho difícil fazer o plantel no Caldelas. Daí eu dizer que é importante devolver o Caldelas à Honra, não só pelo que falei anteriormente, mas também para podermos conseguir mais patrocínios, mais apoios.

Quais são as lacunas que ainda tem no plantel?
Para complementar o plantel, porque neste momento temos 19 jogadores, mais um jogador que poderá vir em Outubro, continuamos a precisar de mais um central. Penso que se não houver lesões, se não houver castigos grandes, que não pode haver, acho que estes 21 jogadores chegam.  Agora, como é lógico, na regional, não podemos dizer que o plantel está fechado, porque pode aparecer sempre algum jogador interessante.

Tem um plantel à sua imagem?
Penso que sim. Como se costuma dizer, tenho alguns jogadores que é “antes quebrar que torcer”. Tenho a certeza que tenho jogadores que se for preciso jogar com um pé partido continuam a jogar. Não é uma dorzinha que os vai quebrar e é isso que eu quero: jogadores com raça e com vontade de ajudar o Caldelas. Se tivermos essa vontade, esse querer, esse espírito guerreiro, como eu costumo dizer, estaremos mais perto de alcançar os nossos objectivos.