O jogo entre o GD Fradelos e o GD Figueiredo, referente à 19.ª jornada, da Série D, do campeonato da I Divisão da AF Braga, foi dado como terminado aos 40 minutos pelo árbitro Hernâni Barbosa, que alegou não ter condições de segurança para continuar a dirigir a partida quando se registava um empate a duas bolas.
Os dois clubes já contestaram a decisão ao árbitro.
«Uma decisão incompreensível, visto que, no nosso entender, o jogo reunia todas as condições para continuar», publicou o GD Fradelos nas redes sociais.
O GD Figueiredo também contestou a decisão de Hernâni Barbosa, com o treinador Pedro Braga a deixar, na sua página do Facebook, uma carta aberta ao árbitro da partida.
«Após a sua retirada sem motivo, nem justificação para tal, o staff, equipas técnicas e jogadores de ambas as equipas cumprimentaram-se com muito fair-play e trocaram opiniões sobre o que tinha acabado de acontecer ali. Nessa troca de opiniões as mesmas foram unânimes em concordar que realmente a arbitragem de vossa Excelência estava um pouco “estranha”. Fomos aplaudidos de pé por ambas as bancadas, repito, ambas. Numa união incrível pela verdade desportiva e por um desporto sério e respeitador. Agora vossa excelência ficou a saber que em Fradelos, tal como em Figueiredo, as pessoas são sérias. Também querem ganhar, mas ganhar de igual para igual», começou por referir o treinador.
«Não vou comentar as decisões e, principalmente, os dois cartões vermelhos em dois minutos que vossa excelência atribuiu aos nossos atletas. Sabe bem o que fez, por isso, fica na sua consciência.
Por falar em consciência, gostaria de lhe dizer que dormi com ela tranquila. Hoje voltei ao meu dia a dia de cabeça erguida e orgulhoso do homem que sou, do que faço no futebol e da forma como respeito este desporto maravilhoso. Falo com as pessoas sem baixar a cabeça. Ao contrário de vossa excelência que quando abandonou o recinto de jogo nem nos olhos me conseguiu olhar», juntou Pedro Braga.
«Estas duas instituições, GD Fradelos e GD Figueiredo, são muito humildes e trabalham arduamente para manterem as portas abertas e, principalmente, o sonho de um dia poderem de forma honesta chegar a outro patamar.
Vossa excelência provavelmente desconhece o trabalho do staff, treinadores e jogadores ao longo de uma época. Saiba vossa excelência que abdicamos de muito para chegarmos ao fim de semana e darmos às gentes da terra um bom motivo para se reunirem. Esta semana vou encontrar um grupo de trabalho ferido no orgulho e provavelmente revoltado. Mas com a certeza de que não deixaram de saber quem são», concluiu.
Presiente explica o que se passou
Rafael Macedo, presidente do GD Figueiredo, em declarações ao Diário do Minho explicou o que se passou.
«Entrámos a vencer e rapidamente sofremos duas expulsões e um penálti que deixa muitas dúvidas. Aos 10 minutos de jogo já estávamos reduzidos a 9 jogadores. O adversário virou o jogo e nós conseguimos chegar ao empate. Nos festejos, os nossos jogadores foram festejar com os colegas que foram expulsos e estavam junto a um acesso ao balneário. O roupeiro do Fradelos não gostou e gerou-se um pequeno sururu que foi sanado. Para espanto de todos, o árbitro deu o jogo por terminado e ninguém entendeu a sua decisão, nem mesmo os jogadores e dirigentes do Fradelos, que ficaram tão espantados quanto nós», explicou.
«O árbitro mandou chamar a GNR e não era necessário porque nunca a sua segurança esteve em causa. Quando eles [GNR] chegaram os jogadores de ambas as equipas estavam a falar no centro do campo sobre o jogo», disse.