Uma luta de todos

O combate à violência é algo que diz respeito a todos nós. Não é exclusivo.

Ao longo dos últimos tempos e, apesar de todos os esforços e campanhas de sensibilização, tem havido um agravamento de situações de violência.

Recentemente no campeonato da AF Braga houve um ato de racismo para com um atleta da equipa visitante. Isto no escalão de iniciados, onde as crianças devem desfrutar e ter a oportunidade de se desenvolverem enquanto atletas e seres humanos. Mas este não é caso único de violência.

Já vimos várias vezes conflitos entre adeptos e pais a quererem bater nos treinadores, dirigentes e árbitros. Não nos podemos esquecer que todos somos intervenientes e devemos ter um papel ativo e positivo no mundo do desporto.

Infelizmente, o futebol é uma espécie de válvula de escape para os problemas que enfrentamos no nosso dia-a-dia. Sei que é difícil gerir e acautelar emoções, mas todos temos o dever de procurar ajudar os jovens a terem um papel positivo e um comportamento correto na sociedade. Isso consegue-se dando bons exemplos e no acompanhamento diário que fazemos.

Não nos podemos esquecer que os treinadores, atletas, dirigentes e árbitros estão sujeitos a uma enorme pressão, o que também leva a um enorme desgaste físico e psicológico tornando, assim, a gestão de emoções mais difíceis.

Enquanto adeptos devemos pensar que os principais intervenientes são os primeiros a não quererem errar mas, mais do que isso, são os primeiros a sentirem-se frustrados quando as coisas não correm bem.

A principal função do adepto é apoiar a equipa e, nos escalões de formação, ajudar no desenvolvimento dos jovens e da sociedade. Não o contrário.

A exigência faz parte do nosso dia-a-dia. No futebol não é exceção. Contudo, não nos podemos esquecer que os intervenientes são seres humanos e, por isso, devem merecer da parte de todos respeito e compreensão.

O desprezo não deve fazer parte no quotidiano do desporto e, tão pouco, da sociedade que se quer respeitadora, acolhedora e inclusiva.

Os atos de racismo vão contra tudo o que defendemos enquanto sociedade e afrontam os mais básicos princípios dos direitos humanos.

Todo e qualquer tipo de violência, seja ela física ou verbal, tem de ser denunciada e, ao mesmo tempo, ser alvo de respostas prontas e firmes por parte de quem tutela e, acima de tudo, da sociedade.

Há uma velha máxima que sempre me ensinaram. Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti. Esta é uma máxima que devemos ter presente.

Por outro lado, quem dirige e tutela os variados organismos ligados ao desporto deve passar uma imagem de transparência e seriedade. Como diz o povo: à mulher de César não basta ser honesta. É preciso parecer.

Que todos nós ajudemos a melhorar o ambiente em torno do desporto. Ficamos todos a beneficiar com isso. Principalmente a sociedade.

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