Na altura do Euro 2004 construíram-se estádios sem grande planeamento e, alguns, sem qualquer fundamento. Um bom exemplo disso é o Estádio Municipal de Braga.
Com um mítico e com uma história inigualável, Braga usufruía, então, do Estádio 1º de Maio. Estádio esse que é qualificado como património cultural. Com a conclusão da segunda fase da Cidade Desportiva, o antigo estádio tem os seus dias contados até porque o SC Braga dispõe de infraestruturas que, num médio prazo, retirarão qualquer uso ao estádio.
Com a construção do Municipal de Braga a autarquia ficou com dois estádios ao seu encargo. Salientar que o SC Braga paga até 2034 uma renda que ronda os 500€ mensais. Consegue arranjar um apartamento onde pague uma renda inferior ao que o Braga paga pelo aluguer do estádio?
Inicialmente o valor do Municipal de Braga situava-se nos 29,9 milhões de euros. Atualmente os encargos que a câmara tem com o Municipal de Braga já ultrapassam os 200 milhões, o equivalente a mais de um orçamento anual da autarquia.
O estádio tem algumas lacunas a nível de conforto, a nível de acessos e, mais importante que isso, não oferece a possibilidade de rentabilizar o seu uso para concertos ou rentabilizar para outras atividades como, de resto, acontece noutros estádios.
Acresce a tudo isto o facto de o próprio estádio constituir algumas lacunas e degradações, nomeadamente nas ancoragens que constituem um perigo.
Atualmente, a autarquia tem em sua posse dois estádios com problemas graves para resolver. Problemas esses a nível financeiro e de infraestruturas.
Salientar que o Braga não pediu a construção do Municipal e, por isso, não tem grande responsabilidade. Aliás, o Braga faz um grande favor em utilizar o estádio porque, caso contrário, teríamos mais um estádio condenado ao abandono.
Por último, salientar que todos estes custos condicionam a ação governativa do executivo camarário, mas, acima de tudo, são os bracarenses que saem mais prejudicados com esta decisão precipitada e sem cabeça.