No desporto e, neste caso concreto, no futebol há aspetos fundamentais a trabalhar com os atletas, treinadores, dirigentes e com pais.
O saber estar, saber ser e agir são valores determinantes que devem ser incutidos desde o início, a começar pelas camadas mais jovens.
Há muitos exemplos em que os pais tentam interferir naquele que é o trabalho e nas decisões da equipa técnica, principalmente nos escalões mais jovens. É aí que começam os problemas entre pais, equipa técnica e direção.
Os pais têm um papel fundamental: educar, responsabilizar e motivar o seu educando. Por outro lado, podem e devem dialogar e apontar sugestões, questionar decisões e apontar lacunas que considerem importantes referir.
Essa relação e ligação é saudável quando se respeita o trabalho da equipa técnica. Isso, na maioria das vezes, não acontece.
Há uma falsa ideia de que os pais pagam para os filhos jogarem. É uma ideia errada e que incute nos próprios filhos um espírito de pouca ambição e a ilusão de ter o lugar garantido. É uma abordagem errada. Não há lugares garantidos mesmo que seja o melhor jogador.
Os custos servem para os seus educandos usufruírem das instalações para treinarem, serem formados e adquirirem conhecimentos.
A par disso há ainda a mentalidade de dizer em que posições os seus filhos devem jogar. Não é correto, até porque nos escalões de formação não há ainda ideias definidas nem posições certas. Além disso, a posição onde um determinado jogador joga varia consoante as dinâmicas e necessidades da equipa e do jogo. Não é a vontade que, por si só, dita, mas a realidade.
Os pais devem entender que quem trabalha semanalmente é quem conhece o potencial, as necessidades e as dores de crescimento dos atletas.
É preciso mudar mentalidades e criar uma maior cooperação entre todos os intervenientes. Só assim se consegue uma harmonia e fortalecimento de toda uma equipa e estrutura.