VAR, da tecnologia às regras

O Mundial no Catar trouxe à baila a discussão sobre a importância e a coerência nas decisões baseadas na tecnologia do VAR.

A grande pergunta que se impõe é se a tecnologia da vídeo-arbitragem é útil para a verdade desportiva e para um melhor espetáculo.

Se por um lado a mesma tecnologia trouxe alguma verdade desportiva, por outro lado o VAR tem lacunas que comprometem a seriedade e a fluidez do jogo.

O problema, no global, não está na utilização da mesma, mas sim nas regras a que a mesma tecnologia está obrigada a cumprir.

Um bom exemplo é a regra relativa ao fora do jogo. Se é verdade que devem ser assinalados, por outro lado, a regra deve ser revista. Marcar um fora de jogo porque o braço está uns míseros centímetros à frente retira, em parte, a essência do jogo. Podia aplicar-se a regra da distância do pé e dar uma margem maior para não retirar a emoção.

A regra da mão também peca por excesso. O aumento da volumetria deve ser punido, mas, também aqui, é preciso maior bom-senso. Um ressalto, por exemplo, pode fazer com que o jogador tenha a volumetria já aumentada sem intenção. É preciso uma maior clareza e um critério mais justo. Os jogadores não podem andar com os braços atrás das costas. É preciso analisar a melhor forma de aplicar esta lei.

O VAR é uma ferramenta útil, mas é preciso que os árbitros tenham normas mais claras de forma a que a aplicação da mesma seja mais coerente.

Na minha opinião, o problema não está na ferramenta, mas sim nas regras.

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