A recente polémica em que Cristiano Ronaldo está envolvido é mais uma machadada na sua longa e histórica carreira.
Ninguém lhe retira o mérito, a qualidade e a longevidade da sua caminhada, mas também não podemos ficar inquietos em relação às suas atitudes nos últimos tempos.
1) O fenómeno: Aquilo que Ronaldo foi construindo ao longo da carreira é fruto do seu trabalho, dedicação e da sua qualidade. Também temos de olhar para a realidade desses tempos e perceber que os acessos, metodologias eram diferentes, assim como, a qualidade e forma de ver dos seus companheiros. Os registos e as marcas que têm deixado realçam bem o fenómeno mundial e o carisma de CR7
2) A gestão do fim de carreira: Estes episódios vêm demonstrar que Ronaldo ainda não se preparou mentalmente para o fim da sua carreira. É difícil para qualquer jogador chegar a essa fase final consciente disso e forte mentalmente. Cristiano Ronaldo não é exceção. Se é verdade que o último ano foi difícil a nível pessoal, também não deixa de ser verdade o facto do próprio não o soube gerir e ter força para voltar aos níveis que todos estamos habituados a vê-lo jogar. A perda de um filho é dolorosa. Ninguém duvida nem o deixará de apoiar. Contudo, isso não pode justificar o timming e a forma como se tem posicionado nos últimos tempos criticando tudo e todos.
Também não podemos deixar de referir que o momento escolhido para dar a entrevista foi ponderado, propositado e, pior do que isso, veio retirar a tranquilidade do ambiente à volta da seleção na preparação do Mundial do Qatar.
3) Futuro de Ronaldo: Fica desde já claro que um regresso ao Manchester United fica praticamente impossível. Será esse um problema para CR7? Se olharmos para a pretensão do próprio, conseguirá o objetivo de sair, ainda que possa vir a ter de pagar uma indemnização ao United.
O problema maior será a escolha de um clube. Não será fácil encontrar e, muito menos, reintegrar Ronaldo num clube dado o seu historial recente.
CR7 criou uma bolha em si próprio e agora será mais difícil de rebentar e resolver da melhor maneira o fim de carreira.
É lamentável que um jogador deste calibre tenha deitado da forma menos ética por terra toda uma imagem estatuto e carreira que muito custou a construir.