«Apesar de todas as dificuldades o trabalho está à vista de todos»

António Almeida está de saída da coordenação da formação do FC Amares. O treinador que acumulava estas funções com as de treinador da equipa de juniores faz um balanço «positivo» da sua passagem pelas camadas jovens dos amarenses, numa época «muito conturbada».

Que balanço faz deste ano na formação do FC Amares?
Numa primeira fase tivemos de recomeçar do zero. No futebol de base aumentámos ao número de atletas e formamos equipas B nos benjamins e infantis. Fomos vencedores de série nos benjamins e infantis.
No futebol 11, a equipa de juniores apurou-se para a fase de subida aos nacionais e os juvenis conseguiram a manutenção na Honra. A equipa de iniciados lutou até ao fim pela subida à Honra, não conseguiu, mas fez um bom campeonato.

Numa época muito conturbada?
É verdade. Sentimos muitas dificuldades. Lembro que tivemos ordenados em atraso e em Dezembro ficamos sem o autocarro que transportava os atletas de Braga. Isso criou muitas dificuldades na coordenação. No entanto, conseguimos superar essas dificuldades porque os pais também foram incansáveis e os treinadores também. Não era possível levar o barco a bom porto sem a ajuda deles. Mas apesar de todas estas peripécias os resultados estão à vista. Penso que as pessoas numa fase inicial não esperavam, mas com organização, criatividade onde todos trabalharam no mesmo sentido conseguimos os nossos objectivos

Não estava à espera de tantas dificuldades?
Quando me apresentaram o projecto era para criar as bases para depois atacar os campeonatos nacionais. Só que nunca esperei que a meio da época ficássemos sem autocarro, sem ordenados e houvesse uma mudança de Direcção. Este projecto tinha haver com a forma de pensar do anterior Presidente e quem entrou tem outras ideias para a formação do clube. O meu receio é que todo este trabalho vá por água a baixo. Espero bem que não e que tenham uma visão futurista para bem do FC Amares.

Foi convidado a renovar?
Conversarmos, mas não fiquei porque não me revia na forma organizacional desta Direcção, mas principalmente foram razões financeiras. Também penso que quiseram mudar, pois há uma coisa que não cedo que é a pressões para jogar o filho deste ou daquele. Comigo joga quem tiver mérito. Desde o início que isso ficou claro entre as equipas técnicas e os pais. Quando as pessoas sentem que são tratadas da mesma forma o trabalho sai melhor

E agora está disposto a continuar na formação ou prefere um projecto sénior?
Sou um homem de futebol e nesta altura até estou mais inclinado para o treino de campo numa equipa sénior. Mas se for um projecto credível na formação estou a aberto a conversar com as pessoas.