Emanuel Silva, canoísta que vai marcar presença nos seus quatro Jogos Olímpicos, em Tóquio, mostrou-se descontente e questionou mesmo os critérios na escolha de Nélson Évora e Telma Monteiro como porta-estandartes nos jogos de Tóquio.
Emanuel diz que não está em causa o mérito dos atletas mas sim o critério da escolha dos dois atletas.
«Como bem sabem todos os que me conhecem, sempre pautei a minha conduta na esteira dos mais nobres valores inerentes ao mundo do desporto e da vida. Como atleta e como homem, tudo o que me foi transmitido por quem me educou, ajudou e ensinou estará para sempre no mais alto patamar.
E também nessa esteira, vejo-me hoje forçado a expor a todos os que me conhecem algo que não me faz sentir bem. Porque como o povo diz – e bem -, “quem não se sente, não é filho de boa gente”.
Decidi formalizar o meu descontentamento na sequência da notícia que deu conta da escolha dos “porta-estandartes” nos próximos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Desde logo, devo vincar que tenho todo o respeito e admiração pelos meus colegas Nélson Évora e Telma Monteiro. São atletas de eleição e com provas dadas, meus compatriotas, e nada desta intervenção pretende sequer beliscar os seus méritos! Nunca o faria! SÃO UM ORGULHO PARA TODOS NÓS.
Contudo, pretendo questionar os critérios desta escolha. Sim, porque ainda que alguns entendam que não o devo fazer, entendo que posso e devo fazê-lo! Os escolhidos são atletas de renome, com títulos europeus, mundiais e olímpicos. Mas a questão que se coloca é: são os únicos desta comitiva nestas condições? Aliás, são os que têm mais títulos? Ainda, são os que têm mais presenças olímpicas? Quais são verdadeiramente as razões que estão na base desta escolha? TODOS os outros atletas – mesmo os que não têm títulos e/ou participações olímpicas anteriores – merecem uma resposta.
E é aqui que está o “busílis” da questão. Esta foi uma escolha feita sem qualquer discussão ou debate e, ainda que tal não fosse justificado ou exigível, é de bom tom para com todos os atletas portugueses que os critérios sejam imparciais, justos e no mínimo conhecidos! Só assim todos os portugueses perceberão que hasteamos todos a mesma bandeira! Porque não há portugueses de primeira ou de segunda! HÁ PORTUGAL E PORTUGUESES!», diz Emanuel Silva num nota publicada no seu Facebook.