Exceptuando a época de 2011/12, em que jogou no Estrelas de Figueiredo, Gustavo Veloso, representou sempre o GD Caldelas. São 12 épocas como sénior, nove consecutivas, e mais três na formação. O jogador é uma das maiores referências do clube caldelense onde viveu «grandes momentos» e outros «menos bons». O capitão do GD Caldelas faz um balanço «muito positivo» da temporada que terminou abruptamente devido ao Covid-19 e sublinha que a equipa mostrou dentro do campo que o lugar do Caldelas é na «Divisão de Honra».
Que balanço faz da prestação do Caldelas no campeonato?
Tínhamos um objectivo interno e tínhamos a plena convicção que iríamos alcançá-lo até à 30.ª jornada. Tenho pena que o campeonato não tivesse chegado ao fim, mas isso não apaga em nada o que fizemos até à 23.ª jornada. Inicialmente, muita gente não contava connosco mas mostrámos dentro de campo que o lugar do GD de Caldelas é na Divisão de Honra. Fizemos um grande trabalho, temos todo o mérito no 7.º lugar que ocupamos.
E individual correspondeu às expectativas?
Foi uma época bastante positiva. Felizmente, não tive nenhuma lesão, o que me permitiu estar sempre disponível para ajudar o grupo, concluindo 20 dos 23 jogos disputados, embora este ano, com funções diferentes. Queria deixar uma palavra a todos os jogadores e equipa técnica, que foram fantásticos, dentro e fora do campo, incansáveis!
- Cada vez mais as equipas trabalham melhor
O campeonato foi competitivo? Nivelado por cima ou por baixo?
Foi um campeonato competitivo, qualquer equipa roubava pontos aos teóricos candidatos e todas as jornadas haviam resultados surpreendentes. Cada vez mais as equipas trabalham melhor, derivado aos treinadores qualificados e com a experiência de serem antigos jogadores, minimizando assim as diferenças entre todos as equipas, até aquelas com maior historial na AF Braga.
Vai ser uma longa paragem. Isso pode prejudicar a próxima época?
Penso que poderá prejudicar, pois isto está para durar e as actividades que se mantinham durante as férias do futebol, como idas ao ginásio ou futebol entre amigos, não poderão acontecer. Isso obrigará a que a próxima pré-época talvez seja mais longa para recuperar os índices físicos desejáveis depois de tantos meses parados.
- A maior parte dos jogadores preferia terminar a época
Concorda com a decisão da FP Futebol e seguida pela AF Braga. Ou pensa que haveria outra solução?
Primeiro está a saúde pública, mas na minha opinião foi uma decisão precipitada. Penso que maior parte dos jogadores preferia concluir a época, mesmo que se estendesse até Junho. Talvez se a AF de Braga tivesse ouvido os clubes as coisas seriam diferentes!
- Sinto falta daquele friozinho na barriga
Acha que o futebol distrital não voltará a ser o mesmo?
Isto está a ter um grande impacto em toda a sociedade e economicamente iremos passar por um período difícil. Os clubes também dependem dos patrocínios das empresas e estas vão sofrer com a crise o que poderá dificultar a preparação das equipas na próxima época. Os clubes vão ter de se adaptar a esta nova realidade.
Está a ser difícil viver sem futebol?
Difícil! Muito difícil. Quando a época termina em Maio, estamos psicologicamente preparados e o bom tempo, faz-nos esquece um pouco o futebol, mas nesta altura do ano, não é fácil. São muitos anos a manter as mesmas rotinas e quem gosta de futebol sente falta do balneário, dos companheiros e do “friozinho da barriga” ao domingo antes dos jogos!
- Lá terá que ser!
Como está a lidar com esta situação?
Continuo a trabalhar, seguindo as orientações da Direcção Geral de Saúde. Diariamente, ao final do dia, corro e faço alguns exercícios para manter a condição física.
Para o ano mais uma época no Caldelas. Quantas são?
Lá terá que ser (risos)! Já me está no sangue ser do Caldelas. A direcção para mim já é como família. É neste clube que me sinto bem e é aqui que quero continuar. Com a próxima época, acho que será a 12.ª época sénior em Caldelas, contabilizando mais 3 épocas de juniores! São muitos anos neste clube e não o troco.
