Confesso que fiquei e fui surpreendido com um artigo de um jornal nacional cujo a temática era a proibição de cabeceamentos a menores de 12 anos na Escócia. Fui fazer pesquisas ao mundo digital dos Estados Unidos, Escócia e até mesmo em território nacional, passando também por pareceres da especialidade de Neurologia.
E, perdoem-me a ignorância, se for o caso, mas fiquei de fato extremamente sensibilizado e preocupado e entendi esta semana trazer o assunto à reflexão aos seguidores do Desportivo on-line.
Com efeito, aferi que Bennet Omalu, um dos maiores patologistas a nível mundial, defende que os cabeceamentos têm de ser restringidos no futebol profissional e banidos nas crianças.
O especialista em lesões cerebrais advertiu numa entrevista que cada contacto com a bola causa danos cerebrais que podem evoluir mais tarde para doenças graves. Em entrevista à BBC disse mesmo: «Não faz sentido controlar um objeto a alta velocidade com a cabeça. Creio que talvez tenhamos de restringir os cabeceamentos no futebol profissional. É perigoso.
Nenhum jovem com menos de 18 anos deve cabecear uma bola. As crianças entre os 12 e os 14 anos devem jogar com o menor contacto possível. As crianças entre 12 e os 18 anos podem jogar futebol, mas não devem cabecear a bola», acrescentou.
Omalu reforçou que é preciso uma mudança nas regras, apesar desta não se afigurar uma tarefa fácil. ‘Sei que é difícil para muita gente, mas a ciência evolui. Nós mudamos ao longo do tempo, a sociedade muda. É hora de mudarmos algumas coisas», atirou.
O patologista que provou a ligação entre a encefalopatia e o futebol norte-americano assegura que apesar do futebol na Europa ser menos propenso ao contacto físico violento do desporto norte-americano, os cabeceamentos no futebol podem ter o mesmo impacto no cérebro dos futebolistas.
‘O cérebro humano flutua como um balão dentro do crânio. Quando alguém cabeceia uma bola, sofre danos cerebrais. Jogar futebol aumenta o risco de teres problemas cerebrais quando fores mais velho, como demência ou encefalopatia traumática crónica», finalizou.
Fiquei a saber que a Federação Escocesa está a considerar a proibição de menores de 12 anos cabecearem. Especialistas da Universidade de Glasgow descobriram que ex-jogadores profissionais têm três vezes e meia mais probabilidades de morrer de doença cerebral degenerativa.
Esse estudo teve inicio no seguimento das alegações de que Jeff Astle ex-atacante do West Brom, morreu por causa de repetidos traumas na cabeça.
A proibição já está em prática nos Estados Unidos desde 2014, e agora a questão é, e nós por cá? Deveremos começar a discutir isto?