Em tempos da “Ronaldomania” talvez pouco se pare para refletir que o rendimento do atleta de formação extravasa em grande percentagem o trabalho de campo e potencia-se no chamado treino “invisível”, que mais não é que a vida que cada atleta leva ao nível da nutrição e do descanso.
Mas, falando sobre nutrição e deixando o descanso para outros momentos, centremo-nos então na importância que a nutrição tem nos desempenhos das nossas crianças e jovens.
Os técnicos nutricionais são concludentes em afirmar que o desempenho atlético e o tempo de recuperação do treino ou jogo, são otimizados através de uma alimentação adequada e específica. No processo de treino e na recuperação para a competição é recomendada uma alimentação apropriada considerando sempre a energia ingerida, a seleção de nutrientes, a dieta de treino e competição, a hidratação e até mesmo a suplementação dietética e potenciadores orogénicos.
Os tempos que correm não são fáceis e as famílias vivem no seu dia-a-dia uma corrida contra o tempo desvalorizando itens essenciais na atividade desportiva dos jovens atletas. Muitos querem que os seus filhos tenham rendimento desportivo, exigem dos treinadores, cobram aos próprios filhos enquanto jovens praticantes, medem tudo ou quase tudo pelo sucesso desportivo coletivo da equipa; se puderem optam apenas que estes treinem apenas duas a três vezes por semana, mas continuam a cobrar, continuam a exigir rendimento, sucessos e vitórias. Pouco interessa se o pequeno-almoço ou almoço foi tomado a tempo e horas, pouco interessa o que foi o pequeno-almoço ou almoço.
Pois é, mas este chamado treino “invisível”, conta mesmo muito e gera comprovadamente melhores rendimentos individuais. Portanto importa muito, que as nossas crianças e jovens eliminem a sensação de fome antes do treino ou do jogo, privilegiando alimentos pobres em gorduras e fibras, mas ricos em hidratos de carbono.
Que ingiram líquidos suficientes para manter a hidratação, tudo isto preferencialmente num tempo superior a 3 horas antes do exercício. Depois, enquanto praticam exercício é importante também criar hábitos, disponibilizando ao organismo a reposição hídrica ingerindo bebidas energética, preferencialmente. Por fim, e não menos importante importa, após os treinos ou jogos restabelecer os líquidos e eletrólitos perdidos permitindo também a reposição energética e do glicogénio muscular. Tomar leite achocolatado, marmelada, gomas, chocolate, são algumas boas soluções para estimular a síntese proteica muscular.
Tudo isto parece dar muito trabalho, mas é apenas uma questão de educar as nossas crianças e jovens a entender a importância “deste treino complementar” e logo depois criar hábitos e rotinas, que devem partir sempre dos pais e agentes desportivos na sensibilização e operacionalização para que estes treinos comecem a ser treinados por muitos.
Se ensinarmos aos nossos atletas este treino que poucos treinam teremos, certamente, atletas mais capazes e com mais rendimento.